Ferrari aposta seu futuro no passado

Nesta sexta, a edição italiana da Motorsport publicou uma matéria falando dos planos da Ferrari em relação à sua Unidade de Potência para a próxima temporada. Quem acompanha a temporada vê que os italianos são os mais fracos do grid em termos de potência. Ainda na pré-temporada se falou que novidades viriam, entretanto o trabalho ficou para 2021, dadas as restrições regulamentares instituídas por conta da COVID-19.

Enquanto Simone Resta trabalha nas alterações aerodinâmicas do SF1000 (especialmente na parte traseira), os italianos trabalham no 066, código de projeto da unidade de potência para o próximo ano. Segundo a matéria, a equipe não busca uma revolução, mas sim uma série de alterações para obter mais potência. Lembrando que a versão atual, a 065, passou por uma série de alterações e coincidentemente, após o acordo “secreto” com a FIA, “perdeu fôlego”.

Como mais relevante, é citada uma alteração na câmara de combustão, que permitiria uma queima de combustível mais eficiente e mais rápida, em um desenho mais parecido com os motores a diesel. Além disso, a Ferrari introduziria novos pistões e trocadores de calor (“intercoolers”) e um turbo ligeiramente menor, para permitir um tempo de resposta mais rápido e um melhor uso do MGU-H. Estas e outras mudanças dariam cerca de 30 cavalos a mais em relação à unidade usada este ano.

Soa tudo muito bonito. Mas em uma primeira vista, a evolução marca uma certa volta ao que se via entre 2017 e 2019, quando os italianos tinham reconhecidamente o motor mais potente da categoria e se tinha uma imensa dúvida se estavam dentro do regulamento. A solução das câmaras de combustão já vinha sendo trabalhada com a Mahle (alemã) desde 2018, bem como novos métodos de construção do bloco. Já os trocadores de calor seriam um passo atrás do que era usado até o ano passado, quando havia a desconfiança que usavam o óleo do motor de forma diferente para aumentar a sua eficiência.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração é que não adianta a Ferrari simplesmente recuperar 30 cavalos. Honda, Renault e Mercedes também estão trabalhando em soluções e ganhos também virão. Portanto, este trabalho todo pode não ser suficiente para reduzir a diferença entre os demais concorrentes. Os mais esperançosos encaram da seguinte forma: os outros já estão no limite de suas configurações e os ganhos que podem ser obtidos são menores. É nisso que os italianos se agarram.

Neste momento, o trabalho para 2021 entra em fase final. Tanto que Mattia Binotto não foi à Turquia e não deverá ir ao Bahrein para supervisionar os últimos detalhes do que deve ser o SF1000B, que, além de novo motor (que deve ser homologado pela FIA até 28 de fevereiro), deverá trazer novos aerofólios, uma nova caixa de câmbio (que também se especulava para este ano e não veio) e suspensão traseira, que vem dando tanta dor de cabeça não só à Ferrari mas também à Haas.

O fato é a Ferrari está como a F1: não tem como aguentar um ano como 2020. Até porque o trabalho a partir de 1º de janeiro de 2021 será focado no projeto de 2022. Neste momento, a ordem em Maranello é “evolução na continuidade”.

 

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