Otto Von Bismarck, o chanceler que entrou para história por unificar a Alemanha, falou certa vez que “a guerra é uma outra forma de fazer política”. Esta frase faz sentido ao ver os desdobramentos acontecidos de sexta-feira passada (28/02) até agora após a divulgação do “acordo secreto” entre FIA e Ferrari.
Neste mesmo espaço, escrevi que este seria um terremoto de danos cuja extensão ainda não poderia ser prevista. E como em um abalo sísmico grande, muitas vezes as réplicas são piores do que o inicial. As réplicas estão em curso.
Após o anúncio, se sabia que algo aconteceria, diante da recepção. E no dia 05/03, 7 equipes das 10 inscritas no campeonato (exceção óbvia de Ferrari, Alfa Romeo e Haas) lançaram um comunicado exigindo esclarecimentos sobre este acordo e ainda ameaçando partir para a justiça em busca de seus direitos.
Quando a coisa começa ruim, acertar nem sempre a solução. E a FIA tentou jogar água na fervura lançando um comunicado nesta quinta-feira. Só que a situação ficou mais complicada: a Federação explicou que iniciou o processo de investigação ano passado. Após declarações da Ferrari de que estava tudo OK, pesquisas mais apuradas foram feitas. Só que o órgão não se julgou satisfeito e, “decidiu que, maiores ações poderiam não necessariamente resultar em um caso conclusivo diante da complexidade da matéria e da impossibilidade material de gerar a inequívoca evidência de brecha” (retirado do comunicado.).
Por este motivo, a FIA buscou a figura do acordo para resolver a questão. Ficamos diante de uma situação sensacional: não se achou uma situação cabal para a brecha, mas se tem certeza que alguma coisa errada foi feita.
Logo aparecem os questionamentos de como esta informação ter chegado. Alguns sites alemães chegaram a levantar a possibilidade de que haveria um “delator” na Ferrari. Segundo esta linha, seriam membros da equipe que eram mais alinhados à Maurizio Arrivabene e teriam dados detalhes do que estaria fora do regulamento.
A ação das equipes foi bem-vista pelo público, mas acaba sendo uma ação que cabe bem para o público, mas com mais simbolismo do que efetividade. Como bem indicado pela Motorsport em uma matéria de quarta, o tempo para possíveis questionamentos sobre o campeonato é previsto no Código Esportivo Internacional em 14 dias úteis após a publicação do resultado final do campeonato e não menos do que 4 dias antes da Cerimônia de Premiação da FIA.
Entretanto, as portas não estão fechadas. Ainda há a possibilidade de se ir ao Tribunal da FIA, onde Mercedes já foi questionada alguns anos atrás (e punida). O jogo ainda rola e como disse lá em cima, a guerra é uma mais uma forma de fazer política. Esta frente de batalha aberta se junta às discussões sobre o novo pacto político-comercial da F1, bem como a sucessão ao posto de Chase Carey a partir do próximo ano.
O fato é: a Ferrari é a grande prima donna da categoria. E não é errado pensar que, se fosse qualquer outra, a aplicação de qualquer pena seria diferente. Parece muito a situação da Renault no ano passado com seu sistema de freios: era preciso passar uma mensagem de que não passaria em branco. Mas agora a situação é diferente.
O comunicado da FIA hoje, ao invés de acalmar, embora dê mais respostas em relação ao arcabouço legal envolvido, acaba por botar mais gasolina na fogueira. Embora esta situação queira ser encerrada, abre uma ferida que pode demorar para fechar, embora todas os envolvidos no processo tenham telhado de vidro. Acaba sendo um sindicato de ladrões, onde cada um sabe de seus pecados e todos convivem, usando as culpas no momento oportuno para conseguirem o que querem.
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