A FIA anunciou que Johnny Herbert não será mais comissário da Fórmula 1 a partir de 2025. A decisão ocorre em meio a questionamentos sobre um possível conflito de interesse, já que o ex-piloto britânico também atua como comentarista na mídia e em sites de apostas.
Nos últimos meses, Herbert foi alvo de críticas por sua postura fora das pistas, especialmente por declarações contundentes sobre pilotos e equipes. A FIA justificou sua saída ao afirmar que suas funções no cargo eram incompatíveis com seu papel na mídia. “Após discussões, foi acordado mutuamente que suas funções como comissário da FIA e comentarista na mídia eram incompatíveis”, declarou a entidade.
Herbert esteve envolvido em algumas controvérsias nos últimos anos. Ele foi um dos responsáveis por sugerir a penalidade de serviços comunitários aplicada a Max Verstappen, após o holandês usar palavrões em uma coletiva da FIA.
Além disso, o ex-piloto fez duras críticas a Verstappen em entrevistas para sites de apostas. Após o GP do México, quando o holandês recebeu duas punições de 10 segundos, ele chegou a dizer que Max tinha uma “mentalidade horrível”, o que não foi bem recebido pelo tetracampeão mundial.
Herbert também afirmou que Verstappen “intimida” outros competidores e elogiou George Russell por confrontá-lo no GP do Catar. “Acho que isso é necessário no esporte. Alguém precisa se impor contra outro piloto por conta dos comentários que ele faz sobre o que acontece na pista”, declarou.
A insatisfação com Herbert não partiu apenas dos pilotos. Pelo menos duas equipes – incluindo a Red Bull – formalizaram reclamações à FIA, alegando que sua atuação na mídia comprometia sua imparcialidade como comissário.
Jos Verstappen, pai de Max, expressou seu descontentamento e questionou a ética de um comissário, cuja função é ser imparcial, mas que fez críticas públicas a pilotos. Além disso, o fato de Herbert ser britânico gerou discussões sobre sua neutralidade ao avaliar incidentes envolvendo equipes e pilotos do Reino Unido.
Ao encerrar sua função na categoria, a FIA destacou que o problema não era a liberdade de expressão de Herbert, mas sim a incompatibilidade entre seu papel de comentarista e sua obrigação de julgar com isenção. “Agradecemos seus serviços e desejamos sucesso em seus futuros projetos”, concluiu o comunicado.