A FIA afirmou que não busca pressionar fabricantes a permanecerem na Fórmula 1, em meio à decisão da Renault de deixar de produzir motores para a categoria a partir de 2026. A Alpine, equipe vinculada à montadora francesa, anunciou recentemente que passará a ser cliente da Mercedes, adquirindo motores e caixas de câmbio da marca alemã.
Nikolas Tombazis, diretor de monopostos da FIA, esclareceu que a entidade não força os fabricantes a seguirem na F1, apesar dos investimentos já realizados. “Nunca foi nossa intenção torcer o braço de alguém para continuar na categoria. Queremos que as empresas permaneçam porque desejam, não por imposição”, afirmou.
A decisão de mudar para motores Mercedes era esperada desde que a Renault anunciou, em setembro, o encerramento do desenvolvimento de sua unidade de potência para as novas regulamentações de 2026. Assim, a lista de fornecedores será reduzida para cinco: Audi, Ferrari, Honda, Mercedes e Red Bull Powertrains-Ford.
Desde o início da atual era de motores híbridos, a Renault enfrentou dificuldades, incluindo um déficit de potência em comparação aos concorrentes, agravado pelo congelamento no desenvolvimento dos motores imposto desde 2022. Esses fatores contribuíram para a queda de desempenho da Alpine, que chegou a ocupar o nono lugar no campeonato de construtores em 2024, após ter terminado em quarto na primeira temporada sob os atuais regulamentos.
Apesar dos desafios, a Alpine conseguiu um raro momento de brilho ao conquistar um inesperado pódio duplo no GP de São Paulo, disputado sob chuva, com Esteban Ocon terminando em P2 e Pierre Gasly em P3, o que elevou a equipe ao sexto lugar no campeonato no momento. No entanto, o consultor executivo do time francês Flavio Briatore, alertou que para ser mais competitiva em 2025, a equipe precisará resolver um déficit de três décimos de segundo relacionado ao desempenho do motor, utilizando um chassi aprimorado.
Enquanto isso, rumores indicam que a Cadillac (marca da GM) estaria interessada em adquirir informações sobre o projeto abandonado da Renault para 2026, embora detalhes ainda não tenham sido confirmados. A saída da montadora francesa, que fornecia motores à própria equipe de Enstone desde 2015, marca o fim de uma era para o time agora conhecido como Alpine.