Fernando Alonso, bicampeão mundial de Fórmula 1, admitiu que a Aston Martin não deve alcançar vitórias em 2025, mesmo com o reforço do renomado engenheiro Adrian Newey. Aos 43 anos, o espanhol segue determinado, mas reconhece que a idade traz desafios físicos e que as limitações de sua equipe tornam improvável uma reviravolta tão rápida.
“Certamente não em 2025”, afirmou Alonso sobre a possibilidade de vencer corridas e disputar o título. “Os carros serão os mesmos do ano passado e será praticamente impossível para nós dar um salto tão grande”.
O piloto destacou que Newey começará a trabalhar no projeto de 2026 apenas em abril, o que limita o impacto imediato de sua chegada.
“Espero que seja melhor do que em 2024, mas não venceremos o campeonato. Haverá mudanças no regulamento, e Adrian Newey começará a trabalhar no projeto de 2026 a partir de abril.”
Com mais de duas décadas na Fórmula 1, Alonso destacou que ainda sente a mesma paixão competitiva de quando começou.
“Mesmo agora, depois de mais de 20 anos, se vou a uma pista de kart e vejo os tempos e estou meio décimo atrás do mais rápido, ainda sinto a mesma raiva interior – a mesma frustração, a mesma ira”, disse ele. “Talvez eu nem jante naquela noite.”
No entanto, ele reconheceu os desafios que o passar dos anos trouxe à sua rotina. “Acho que, com o tempo, você precisa mudar e adaptar seu corpo”, afirmou o bicampeão.
“Você não pode comer os mesmos alimentos aos 40 anos que comia aos 20. Você não tem a mesma massa muscular aos 40 que tinha aos 20. Então, para minha dieta, faço um pouco mais de pesquisa, com nutricionistas, seguindo um pouco o caminho vegetariano. Mas ainda me sinto muito forte.”
Alonso revelou que enfrentou dificuldades físicas no final de 2024, incluindo uma infecção intestinal e lesões causadas pelos solavancos do carro durante o GP do Brasil
“O final do ano foi difícil para mim”, confirmou. “Tive uma infecção intestinal, febre, antibióticos, e depois de me recuperar internamente, fui castigado no Brasil nos músculos das costas, nos ossos da clavícula e no ombro devido aos solavancos do carro.”
Alonso também comentou sobre os recursos limitados que tinha quando criança, e que, portanto, esse desafio não é uma novidade para ele.
“Eu só tinha um kart quando competia quando criança”, contou. “E um jogo de pneus para pista seca que meu pai montou no kart. Nas Astúrias chove muito e, quando os outros garotos colocavam pneus de chuva, eu corria com pneus de pista seca porque não tínhamos dinheiro.”
“E isso se reflete até hoje. Temos orçamento para pneus, mas não temos as asas da Ferrari ou o assoalho da McLaren. Então, a história da minha vida é um pouco sobre competir com armas inferiores às dos outros e me adaptar.”
O espanhol vê o futuro com cautela, especialmente em relação à temporada de 2026, que marcará a estreia do primeiro carro da Aston Martin projetado por Newey. “Espero poder aproveitar mais pódios, algumas vitórias e lutar pelo campeonato”, disse Alonso. “Mas sei que 2026 é um ano que é um mistério para todos.”
“Espero que caia a nosso favor. Mas simplesmente não sabemos.”