Jack Doohan mal estreou como piloto titular da Alpine e já enfrenta uma incerteza preocupante sobre seu futuro na Fórmula 1. O australiano, que fará sua primeira temporada completa na categoria em 2025, pode não ter garantias de que chegará ao fim do ano como titular da equipe.
O cenário instável foi reforçado por recentes declarações de Flavio Briatore, diretor-executivo da Alpine, que se recusou a confirmar a permanência de Doohan para toda a temporada.
“A única coisa da qual podemos ter certeza é da morte! Vamos começar o ano com Pierre e Jack, posso garantir isso. Depois disso, veremos conforme a temporada progride”, afirmou o dirigente ao Le Parisien, deixando claro que o desempenho do piloto será determinante para sua continuidade.
“Preciso colocar a equipe na condição certa para obter resultados, e o piloto é quem precisa concluir o trabalho de quase 1.000 pessoas por trás dele. Todos trabalham para apenas duas pessoas”.
“Se houver um piloto que não esteja progredindo, que não esteja me trazendo resultados, eu o substituo. Você não pode ser emocional na F1.”
A Alpine já demonstrou estar de olho no futuro ao contratar Franco Colapinto como piloto reserva para 2025. O argentino impressionou na temporada passada ao substituir Logan Sargeant na Williams e, segundo Briatore, sua chegada à equipe é estratégica.
“Franco está entre os melhores jovens talentos do automobilismo no momento. É justo dizer que sua aparição no grid da Fórmula 1 no ano passado pegou muitos de surpresa, inclusive a mim, e suas performances foram muito impressionantes para um piloto estreante”, disse o executivo.
“Estamos de olho no nosso futuro, e sua contratação significa que temos um grande grupo de jovens pilotos para recorrer e trabalhar no desenvolvimento da equipe para o sucesso futuro.”
Com isso, Doohan inicia o campeonato pressionado, já que, segundo o ex-piloto Robert Doornbos, a presença de Colapinto como substituto imediato pode tornar a situação insustentável.
“Porque ele realmente não está entrando na Fórmula 1 de uma maneira muito tranquila. Pelo menos, entrar na Fórmula 1 é o sonho de qualquer garoto – eu sei bem disso – mas isso também envolve contratos. E se você só recebe um contrato temporário, a pressão está sobre você. Essa é a questão agora, que são apenas seis corridas”.
“O favorito já está respirando em seu pescoço, que é Franco Colapinto, o piloto reserva da Alpine. Então, acho que a pressão está se tornando grande demais”, analisou Doornbos ao Motorsport.com.
Para Doohan, o desafio se intensifica logo na primeira prova do campeonato, já que o GP da Austrália marca sua estreia como piloto titular diante da torcida local.
“A corrida de abertura também é o Grande Prêmio em casa para Jack Doohan”, acrescentou Doornbos. “Então, sim, um desafio difícil. Acho que ele não terminará a temporada.”
Enquanto isso, Colapinto segue se preparando para uma eventual oportunidade.
“Meu papel dentro da equipe será ajudar, ajudar em tudo o que puder, trazer a equipe de volta ao topo, melhorar o carro o máximo possível e contribuir com tudo o que puder”.
“Estarei muito atento a tudo o que acontecer e, obviamente, sempre pronto caso precise entrar no carro em algum momento. Farei todos os testes, ajudarei no desenvolvimento do novo carro, passarei muito tempo no simulador e, claro, estarei pronto para qualquer coisa”, afirmou o argentino, que passará boa parte do ano auxiliando no desenvolvimento do carro e no simulador.
Com a Alpine em busca de resultados imediatos, Doohan precisa provar rapidamente que merece o assento. Caso contrário, a equipe pode não hesitar em fazer uma troca antes mesmo da metade da temporada.