Uma categoria que ganha mais do que a loteria
Fórmula 1 é a competição mais popular de automobilismo no mundo e um dos esportes que mais movimenta milhões e milhões. Uma soma de dinheiro incrível que poderia fazer inveja a muito atleta olímpico que vive de raros patrocínios para continuar a sua carreira.
Com uma renda operacional, de aproximadamente, 2 bilhões de dólares por ano, a fórmula 1 tem o seu próprio jackpot. Cifras milionárias somam-se ao empreendimento da FIA, Grupo Fórmula Um e FOM. Vamos agora descobrir cada um destes importantes atores neste cenário.
Normalmente, os valores arrecadados por esta categoria não são divulgados e sempre há um intenso mistério por trás das somas dos anos correntes. Normalmente, as quantias só surgem quando alguém faz um vazamento de dados, como foi o caso mais recente.
O Jornalista britânico, Dieter Renken, vazou no RaceFans.net orçamentos, dados de entrada de capitais e gastos correspondentes a 2018. Nestes termos, a Ferrari usufruiu de um orçamento de 360 milhões de euros, sendo 150 milhões de euros da FOM e 140 milhões de seus patrocinadores.
A Mercedes reuniu o valor de 350 milhões de euros em 2018, em suas contas. Sendo 155 milhões de euros da FOM. Patrocinadores, como o Red Bull avaliam um orçamento próximo dos 270 milhões de euros, com um significativo aumento de 30 milhões comparado a 2017.
Apontada como a grande fonte de renda, a FOM supera quantias que levam as equipes e patrocinadores a somar valores maiores do que muitas loterias pelo mundo, como o Euro milhões. Um comparativo pode ser feito até com o último maior jackpot visto nos últimos anos que foi de 190 milhões de euros.
Os dados revelam que a McLaren teve um orçamento de 190 milhões de euros. A McLaren apresentava em 2018, 760 empregados, 70 a mais do que em 2017. Podemos ver que as equipes conseguiram até aumentar o número de empregados comparando ao ano anterior.
E como é feita esta distribuição do dinheiro? Esta é uma pergunta muito importante porque do lucro operacional, 50% é destinada para o grupo Formula 1 e 50% para as equipes (as 10 primeiras equipes). No entanto, 2,5% de cada uma das duas partes, ou seja, 5% de todo este valor vai diretamente para a Ferrari antes de qualquer divisão.
Se voltarmos a analogia feita com a loteria, pelo menos se ganhamos na loteria o prêmio será dividido igualmente entre os vencedores ou de acordo com regras que legitimam um senso de justa, certo? Na fórmula 1 estamos diante de domínios na categoria que estão atrelados à história do campeonato.
Muitos são os pontos questionáveis da distribuição do lucro na fórmula 1 hoje em dia. E se os prêmios fossem ainda distribuídos de forma diferenciada? Através da performance, conforme a posição da equipe no campeonato, mas que a divisão fosse realizada com todas as equipes e não somente com as 10 mais bem colocadas?
O que ainda continuamos vendo é uma equipe como a Ferrari que já não ganha um campeonato a cerca de 10 anos, mas que ainda tem uma larga fatia do bolo dos lucros. As projeções para 2019 continuam a fazer da Ferrari a grande coletora dos lucros com, aproximadamente, 185 milhões de euros.
A Mercedes, ganhadora do campeonato dos construtores pelo 5º ano, está com uma projeção de conseguir, aproximadamente, 160 milhões de euros. Se há algum rumor de crise na modalidade, estes números não simbolizam tal falácia. O que vemos de acordo com estes números é que a F1 continua a dar lucros. E que as projeções para o ano de 2019 estão algumas vezes superiores ao jackpot mínimo da popular loteria americana PowerBall, que é de US $40 milhões.
Ao se valer destas comparações entre a F1 e a loteria, pode-se entender o quão lucrativo é este meio e o quanto tem-se em jogo para que a magia da F1 possa continuar o show.
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