F1
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14 de abril de 2016 14:32

Fórmula 1 e os seus diferentes formatos de definição do grid

Ao longo de sua história, a Fórmula 1 já estabeleceu quatro formatos distintos de treinos para a definição do grid de largada – certamente com algumas variações. Em pouco mais de duas décadas e meia, a categoria vivenciou do tradicional modelo com 60 minutos de pista livre, passando pelo formato de apenas uma volta lançada, a definição do grid em três partes (Q1, Q2 e Q3) com os seus respectivos grupos de eliminados até o “ex-atual” e fatídico esquema de mata-mata, que sucumbiu após as duas etapas iniciais da temporada 2016 (GP da Austrália e  GP do Bahrain) e foi descartado após uma enxurrada de críticas.

O tema “classificação” ganha os noticiários, pois a partir deste fim de semana, de GP da China, a F1 volta a utilizar o formato dos últimos dez anos (2006-2015), com 12 pilotos sendo eliminados nas duas primeiras partes (seis no Q1 e seis no Q2), restando assim os 10 melhores para a definição das primeiras posições do grid. Resumindo, após pressão de diversos setores, incluindo as equipes que ameaçaram boicotar a categoria, eliminação a cada 90 segundos nunca mais!

Mas antes da Fórmula 1 voltar ao recente passado para sua definição de grid, a F1 Mania faz uma rápida volta no tempo e relembra os modelos de classificação adotados.

Os 60 minutos

Formato utilizado por maior tempo na Fórmula 1, a classificação em 60 minutos de pista livre teve seus momentos áureos, com disputas emocionantes até os minutos finais, como na definição do título de 1997, em Jerez de La Frontera, quando Jacques Villeneuve, Michael Schumacher e Heinz-Harald Frentzen cravaram o mesmo tempo 1:21.072, com a pole sendo definida pela ordem cronológica do registro da marca. Com pequenas variações ao longo de sua história, como uma pré-classificação realizada às sextas-feiras (até 1995) ou o limite máximo de 107% em relação ao tempo do pole para que o piloto pudesse participar da prova, o formato ficou consagrado e entrou em xeque apenas no início dos anos 2000, quando a Fórmula 1 vivia o dilema do domínio da Ferrari e a queda de audiência.

 Volta única

Após uma temporada imbatível da Ferrari em 2002, com Michel Schumacher campão e Rubens Barrichello vice, era preciso mudar. Para 2003, então, a Fórmula 1 resolveu radicalizar e partiu para um treino classificatório com formato de volta única. Funcionava assim: na sexta-feira acontecia uma pré-classificação. Seguindo a ordem do campeonato, os pilotos entravam na pista (um a um); era possível a volta de instalação, uma volta lançada e a volta de retorno aos boxes. Com a ordem invertida do treino de sexta, o formato era repetido no sábado, quando se definia o grid. Ao longo dos dois anos seguintes também houve variações, como a sessão de sexta sendo levada para sábado e, posteriormente, uma sessão no sábado e a outra na manhã de domingo (este último formato, rapidamente descartado). O formato tinha seus pontos de destaque, como o fato do piloto precisar ser perfeito em sua volta, já que não haveria outra tentativa.

Nova reviravolta

Apesar de bem aceito pelo público, o formato de volta única, com duas sessões, também enfrentou resistência, especialmente das equipes. Então, para 2006, foi adotado o formato de Q1, Q2 e Q3, também com variações ao longo de seus anos de existência. Primeiro, os pilotos que chegavam ao Q3 tinham que sair para essa fase do treino com a quantidade de combustível que largariam na corrida (a diferença gasta no Q3 era reposta ao final do treino) – isso fazia com que pilotos completassem stints longos para gastar combustível nos minutos iniciais da fase. Em 2008 e 2009, os pilotos não podiam mais reabastecer após o treino, ou seja, com o combustível que iniciassem o Q3 teriam que largar. A partir de 2010, a F1 acabou com o reabastecimento. Consolidado em sua época, esse é o formato que voltará ao circo a partir da China.

Mata-mata: formato fracassado

Desde o seu anúncio, o modelo de mata-mata proposto para 2016 sempre foi alvo de críticas. Depois do GP da Austrália, houve uma primeira tentativa de mudança – sem consenso. Com o fiasco repetido no Bahrain colocou-se fim ao patético formato. Como ele funcionava? O Q1 tinha 16 minutos, sendo que após os 7 minuto iniciais, o piloto mais lento era eliminado e, depois disto, a cada 90 segundos, mais um piloto era eliminado até que restassem 15 pilotos ainda na disputa. No Q2, de 15 minutos, repetia-se a lógica após os 6 primeiros minutos, com 7 pilotos descartados no final. Os oito melhores disputavam o Q3, que, com 14 minutos, também tinha o mesmo formato dos anteriores, com a janela de 90 minutos passando a valer a partir do 5º minutos, até que sobrassem apenas dois pilotos na disputa da pole. Na Austrália e na China o pole estava definido faltando mais de 3 minutos para o fim do Q3.

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