A Red Bull Racing aprendeu com seus erros passados ao lidar com pilotos novatos e não deve colocar pressão excessiva sobre Liam Lawson, pelo menos é o que acredita o ex-piloto da equipe, Christian Klien. Lawson fará sua primeira temporada completa na Fórmula 1 pela Red Bull este ano, correndo ao lado do tetracampeão Max Verstappen, que superou seus últimos três companheiros de equipe: Pierre Gasly, Alexander Albon e Sergio Perez.
Klien, que correu pela Red Bull durante sua primeira temporada na F1, disse que a equipe não teve escolha a não ser substituir Perez: “Para mim, ficou bem claro que eles tinham que mudar alguma coisa”, disse ele ao The Business of Winning. “Checo simplesmente não entregava mais. Ele teve um ótimo período na Red Bull, mas no último ano e meio, simplesmente não funcionou mais. Mentalmente, acho que foi uma situação difícil para ele, então eles tiveram que mudar alguma coisa.”
A Red Bull preteriu seu piloto júnior mais experiente, Yuki Tsunoda, que entra em sua quinta temporada na F1 este ano ainda com a Racing Bulls (ex-RB), para promover Lawson, de 23 anos, que disputou apenas onze GPs na categoria. No entanto, Klien, que tinha 21 anos na época de sua estreia na F1, disse que consegue entender a decisão da Red Bull.
Ele afirmou que Lawson deve esperar desempenhar o papel de segundo piloto de Verstappen em seu primeiro ano na F1. “Para Liam, se você tem essa oportunidade, você tem que agarrá-la com as duas mãos. O sonho de todos é correr em uma equipe de ponta. A dificuldade é que nesse caso, você está pilotando ao lado de Max Verstappen. Isso depende dele (Lawson) agora. Acho que ele tem o talento, ele é um piloto muito rápido, e já mostrou isso. Ele pode se adaptar muito rapidamente. Acho que ele também é mentalmente forte. Mas ele tem que fazer isso de uma forma muito inteligente. Ele não deve entrar na Red Bull e pensar: ‘Eu posso vencer Max Verstappen’, porque eu não acho que no começo de sua carreira isso seja possível. Ele tem que ser um ótimo segundo piloto, digamos, agora, aprender com o melhor que Max é no momento e sua hora pode chegar no futuro. Então, novamente, é realmente emocionante ver este ano como ele vai lidar com a situação e como a Red Bull Racing como equipe o ajudará neste papel ao lado de Max Verstappen”, afirmou.
Klien acredita que a Red Bull esperava demais de seus pilotos juniores no passado, incluindo Daniil Kvyat, que eles dispensaram no início de 2016 para dar lugar a Verstappen. “Espero que eles não coloquem muita pressão sobre Liam. Eles já cometeram esse erro com Kvyat, com (Alex) Albon, (Pierre) Gasly, etc. Acho que eles aprenderam com isso. O que eles precisam é de um segundo piloto que marque pontos e eles possam disputar o campeonato de construtores novamente”, acrescentou.
Quando Klien pilotou para a Red Bull em 2005, a equipe tomou a decisão incomum de alternar um de suas vagas entre ele e Vitantonio Liuzzi. Klien disse que o consultor de automobilismo da Red Bull, Helmut Marko, mais tarde aceitou que isso foi um erro. “Tornou tudo muito difícil. Tonio e eu estávamos compartilhando o carro não apenas nas primeiras corridas, mas também nos testes. Então, tivemos metade do tempo de pista de David Coulthard, por exemplo. Mas essa foi uma decisão tomada por Marko e nós tiramos o melhor proveito disso no final. Felizmente, mais tarde fui promovido para fazer o resto da temporada, o que foi importante não só para mim, mas também para a equipe, porque você não pode ter três pilotos em dois carros, simplesmente não funciona. Fiquei muito feliz em ouvir Marko alguns anos atrás, ele veio até mim e disse: ‘Christian, acho que foi um erro meu, que vocês compartilhassem o carro’. Então, fico feliz que ele tenha percebido isso”, completou o ex-piloto.