Fórmula 1: Honda revela detalhes de negociação sobre parceria com a Red Bull

A colaboração entre Honda e Red Bull, que começou em 2019, chegou ao fim após a temporada de 2023, marcando o término de uma parceria que trouxe significativos títulos para a equipe. Embora o final já fosse esperado, o caminho para essa conclusão teve momentos de negociações que poderiam ter mudado o destino das duas marcas.

Quando a Honda anunciou sua retirada da Fórmula 1 no final de 2020, quando ninguém poderia imaginar que os motores Honda seriam fundamentais para o sucesso de Max Verstappen e da RBR a partir de 2021.

Após o anúncio da saída da Honda, um novo acordo foi estabelecido, permitindo que a Red Bull continuasse utilizando os motores japoneses até 2023. Agora, a Red Bull, em colaboração com a Ford, avançará em seu projeto de desenvolvimento de motores próprios, enquanto a Honda assumirá o papel de fornecedora exclusiva da Aston Martin a partir de 2026.

Em entrevista ao Autosport, o chefe da Honda, Koji Watanabe, revelou que as negociações para a continuidade da parceria com a Red Bull foram profundas.

“Durante nossas conversas, também discutimos a opção de que a Red Bull faria o motor a combustão e nós faríamos as partes elétricas”, explicou. Uma alternativa que, segundo ele, era muito similar à parceria que a Red Bull agora estabelece com a Ford. Porém, Watanabe afirmou que a ideia foi descartada: “Mas não seria fácil. Então, no final, concluímos que seria impossível trabalhar juntos dessa forma.”

A decisão final foi moldada pela criação da própria divisão de motores da Red Bull, o que impediu qualquer possibilidade de continuidade com a Honda. “Quando nos retiramos da Fórmula 1, a Red Bull criou sua própria empresa de motores. Isso basicamente não deixou espaço para continuarmos juntos”, disse o executivo.

A decisão de deixar a Red Bull não significou um afastamento da Honda da Fórmula 1. A marca japonesa já havia se inscrito para continuar o desenvolvimento de motores sob os novos regulamentos de 2026, o que abriu portas para negociações com outras equipes.

“Inicialmente, as conversas eram apenas entre a Honda e a Red Bull”, disse Watanabe. “As conversas com outras equipes só começaram quando nos inscrevemos para ser fornecedora de motores a partir de 2026.”

“Então, algumas outras equipes também entraram em contato conosco porque estavam interessadas nos motores da Honda. Conversamos com todas essas partes e fizemos uma escolha.”

A Aston Martin foi escolhida como parceira estratégica para os próximos anos, embora, segundo Watanabe, a Honda tenha recebido diversas propostas de outras equipes. Ele não revelou o número exato de times que demonstraram interesse, e comentou: “Não posso dar o número exato, mas foram várias equipes. Com algumas delas tivemos contato apenas uma vez e com outras conversamos várias vezes.”