Lando Norris confirmou que a McLaren realizará uma revisão em sua abordagem sobre ordens de equipe para a temporada 2025 da Fórmula 1. Após se consolidar como o principal candidato ao título da equipe em 2024, o britânico declarou ter “conquistado o direito” de receber privilégios internamente.
A ascensão da McLaren ao topo da categoria trouxe desafios estratégicos, com a equipe inicialmente hesitando em priorizar Norris em relação à Oscar Piastri, mesmo diante de uma possível disputa direta com Max Verstappen pelo campeonato.
Um momento decisivo ocorreu em Monza, quando uma ultrapassagem agressiva de Piastri sobre Norris resultou na perda de uma vitória para Charles Leclerc, da Ferrari, forçando uma mudança de postura na equipe. Mais tarde, Piastri cedeu a vitória na Sprint do Brasil para Norris, embora a decisão tenha tido pouco impacto no desfecho do campeonato, já que Verstappen garantiu o título com duas corridas de antecedência. Ainda assim, Norris enfatizou que ele e Piastri iniciarão a próxima temporada em igualdade de condições, destacando o equilíbrio interno como um dos pilares do sucesso da equipe.
“2025 é uma revisão, e Oscar tem a oportunidade de lutar por um campeonato também”, disse Norris.
“Muito do que vocês [jornalistas] escrevem e falam se deve à disputa pelo campeonato, à luta pelo título de Pilotos, e é daí que surgiram muitas conversas e questões. Eu conquistei meu direito de ter alguns desses privilégios”.
“Conquistei meu direito ao fazer um bom trabalho durante toda a temporada, para ter essa oportunidade. Eu não fico pedindo por isso. Certamente não é assim que quero ganhar um campeonato. Quero ir lá e dar uma luta justa ao Max, fazer minha parte e conquistar do meu jeito”.
Norris também enfatizou o equilíbrio na relação com Piastri. “Às vezes, há situações em que Oscar me ajuda em algumas ocasiões. Todos falaram como se isso fosse acontecer em todas as corridas. Fomos para Baku e aconteceu exatamente o contrário. Eu fiz um pouco [segurando Sergio Perez], e depois Oscar me ajudou a vencer no Brasil”.
“Infelizmente, as coisas pioraram no domingo e a oportunidade foi perdida, mas retribuí. Então, acho que essa é nossa força como equipe. Não acho que outras equipes funcionem dessa maneira”.
“E isso é definitivamente parte do motivo de estarmos onde estamos como equipe agora, do motivo de sermos a equipe de topo na Fórmula 1 e do motivo pelo qual estávamos lutando pela vitória no Mundial de Construtores.”
Oscar Piastri, por sua vez, manifestou sua determinação em evitar ordens de equipe no futuro. O australiano afirmou não ter se incomodado em ceder a vitória para Norris em Interlagos, mas busca evitar situações semelhantes na próxima temporada.
“Para ser honesto, eu não fiquei tão decepcionado em ceder isso”, admitiu. “Claro, eu adoraria ter vencido a Sprint, mas é uma situação muito diferente de um grande prêmio. Acho que provei o que queria provar ao conquistar a pole na classificação. E isso foi algo só para mim”.
Piastri ressaltou a importância de sua própria performance e reconheceu o equilíbrio dentro da equipe. “Mesmo que eu tivesse vencido a Sprint, conquistar a pole foi provavelmente o mais satisfatório para mim. Eu sabia que fiz a coisa certa na Sprint, e isso é bom para mim. Então, sim, estou feliz que não precisemos entrar tanto nesse tipo de coisa novamente”.
“E, obviamente, no próximo ano, quero garantir que não estarei em uma posição, em termos de campeonato, para estar sujeito a isso. Mas, na realidade, precisei ajudar uma vez no Brasil, e só isso. Então houve muita conversa, mas pouca ação na pista.”