Lance Stroll tornou-se, no último final de semana, o piloto com mais eliminações no Q1 na história da Fórmula 1, ao cair na primeira fase da classificação pela 75ª vez desde sua estreia em 2017. O canadense, que largou apenas em 16º no GP da Arábia Saudita, superou Kevin Magnussen nesse indesejado ranking.
Consciente do novo marco, Stroll atribuiu o recorde às limitações dos carros que pilotou ao longo da carreira: “Sim, Q1, ouvi isso pelo alto-falante. Coloque os pilotos da McLaren na Sauber por dez anos e eles terão mais eliminações no Q1. Sempre é dependente do carro”, disse ele.
Embora o comentário tenha gerado surpresa, principalmente pela menção à equipe Sauber, a declaração pareceu uma tentativa de proteger a Aston Martin, equipe onde Stroll corre e é de propriedade de seu pai, Lawrence Stroll, e que vive início de temporada instável.
Stroll reforçou sua tese dizendo que o desempenho nas sessões de classificação está diretamente ligado à competitividade do carro: “Quando você tem carros rápidos, economiza pneus e chega ao Q3. Quando tem carros lentos, gasta um milhão de jogos de pneus no Q1 e mesmo assim, na maioria das vezes, é eliminado.”
Apesar das dificuldades, o canadense destacou que o último sábado em Jeddah foi, segundo ele, o momento mais competitivo da Aston Martin no fim de semana. Ainda assim, ficou fora do Q2, enquanto seu companheiro, Fernando Alonso, avançou.
O espanhol, aliás, já saiu em defesa de Stroll. Em entrevista concedida no ano passado, Alonso afirmou que o companheiro tem sido prejudicado historicamente por carros pouco competitivos: “A coisa infeliz para Lance, é que competiu com carros ruins por 90% da carreira, o que é brutal para qualquer piloto”, afirmou.
Alonso acredita que, com um projeto forte para 2026, liderado por nomes como Adrian Newey e com os recursos da nova estrutura da Aston Martin, Stroll poderá mostrar seu verdadeiro potencial: “Espero que um dia ele tenha um carro competitivo e mude a opinião de muita gente”, completou o experiente piloto espanhol.