Gestos também importam: a Fórmula 1 contra o racismo

São tempos diferentes para o mundo e a Fórmula 1 não escapa desta corrente. Não bastando a pandemia da COVID, as mais diversas ações contra o racismo e a favor de inclusão de minorias promoveram situações impensáveis para a categoria, dada a sua história.

Não podemos esquecer que a Fórmula 1 ignorou solenemente o boicote contra o apartheid do governo sul-africano em 1985 e fez uma prova lá (com exceção das equipes francesas). Sem contar as negociações com governos, digamos assim, pouco afeitos à boas práticas e as elevadas quantias envolvidas. Só para ficar por aqui. A Fórmula 1 se utilizava da temática “esporte não se mistura com política”.

Quem imaginaria nos tempos de Bernie Ecclestone ver a categoria abraçar ações ambientais? E mais ainda se juntar à corrente “Black Lives Matters” (vidas negras importam) e iniciar um programa de incentivo à inclusão social e de minorias?

Os tempos são outros e a Fórmula 1 tenta se alinhar a eles (o posicionamento da atual gestão em relação às últimas declarações de Ecclestone marca mais um passo neste sentido). Mas cabe lembrar que o posicionamento foi tomado quando Lewis Hamilton foi à público e se colocou espantado pela falta de participação de seus pares na questão do racismo. Este foi o catalisador dessa mudança.

O último ponto deste engajamento veio nesta segunda, quando a Mercedes anunciou que mudaria a sua pintura de prata para o preto para demonstrar seu posicionamento a favor de ações antidiscriminatórias.

Muita gente ao ver este movimento, veio questionar a verdadeira intenção. Tão logo Hamilton postou em suas redes sociais, não foram poucos que lembraram o fato da Mercedes se envolver no esforço de guerra nazista, vindo agora essa cobrança por um posicionamento mais incisivo soar como hipocrisia. Mas os alemães reconhecem o fato oficialmente e buscam tomar ações de reparação, bem como várias outras instituições. Mesmo assim, a marca fica. E no ano passado, a equipe demitiu alguns membros justamente por racismo.

Até se entende o ceticismo diante destas atitudes diante do histórico da categoria. Entretanto, sabemos que gestos muitas vezes representam muito mais do que ações. Estas deverão vir, mesmo que tímidas, até para não cair no descrédito. Mas só o fato de haver a adoção dos princípios é um passo que pode ser considerado ousado para a vetusta Fórmula 1.

 

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