Desde 2014, a Prefeitura de São Paulo tem realizado obras de modernização em Interlagos. Neste ano, foram entregues os novos paddock e torre de controle, mas ainda resta outra etapa, antes prevista para começar depois do GP do Brasil: a cobertura do paddock e aumento do pé direito dos boxes. Prefeito da cidade até o fim do ano, Fernando Haddad irá se reunir na quarta com o prefeito eleito João Dória para tratar do assunto.
“Você pode conversar com os organizadores, o que me comprometi a fazer eu fiz. O que é um detalhe é que a obra estava prevista em duas etapas com recursos do PAC Turismo seria feita em três, porque o calendário entre um GP do Brasil e outro é muito curto para uma reforma deste porte. Fizemos as duas etapas, e estava prevista a cobertura do paddock, elevada, em estrutura de aço, e o aumento do pé direito dos boxes, que é muito baixo”, disse Haddad.
“Faríamos depois do GP para dar tempo de fazer até 2017. É isto que vamos falar com o (João) Dória na quarta. Dependendo do que ele pretende para Interlagos talvez não valha a pena concluir ou dependendo de como ele entender, conclui antes de tomar qualquer decisão antes do que fazer com este equipamento”, acrescentou.
Uma das promessas de campanha de João Dória era privatizar o autódromo – Haddad não concorda com a ideia. Em sua gestão, o atual prefeito diz que tentou preparar Interlagos para torná-lo um parque multiuso até 2020, ano em que vence o contrato com a FOM (Formula One Management).
Apesar do vínculo por mais quatro anos, o futuro da F-1 em São Paulo ainda é incerto. Bernie Ecclestone não garantiu que a prova aconteça em 2017, por conta do prejuízo com a saída dos principais patrocinadores. Segundo a organização, o buraco será de quase R$ 100 milhões nesta edição e por contrato terá de ser absorvido pela FOM. Haddad reforçou que este déficit não fica com a Prefeitura.
“A F-1 gera em negócios na cidade mais de R$ 200 milhões. Tudo gira em torno de hospitalidade: hotéis, restaurante, vendas em shopping, em um fim de semana. Hoje temos três grandes eventos turísticos em São Paulo, fora o turismo de negócios que é o forte da cidade. O carnaval de rua, a parada LGBT e o GP de F-1. São os três grandes eventos da cidade. É bom lembrar que este custo (os R$ 100 milhões) não é da cidade. Não tem nada a ver. Os custos da cidade tem a ver com investimentos necessários para transformar o autódromo em parque multiuso. Investi mais de R$ 100 milhões aqui para transformar até 2020 um parque multiuso”, completou.