21 de outubro de 1990. No autódromo de Suzuka, 26 carros alinhavam para o 17º GP do Japão, buscando completar as 53 voltas previstas. Seria algo normal. Mas os olhos do mundo só tinham foco em dois deles: Ayrton Senna, na McLaren/Honda nº 27 e Alain Prost na rossa Ferrari nº 1.
Ali era o ápice do duelo entre os dois principais pilotos da categoria. A réplica do terremoto criado um ano antes ali mesmo, quando Prost e Senna se chocaram e a organização optou por usar estritamente a letra fria da lei, desclassificando o brasileiro e garantindo o terceiro título do francês.
Um abismo que vinha se abrindo entre os dois se cristalizou ali. Prost já estava insatisfeito e havia fechado com a Ferrari no meio da temporada, sentindo que não havia mais espaço. Senna foi bancado pela McLaren e pela Honda. Suzuka marcou uma grande virada.
Uma briga que por muito pouco não aconteceu: Senna e a FISA, através da figura de seu presidente, Jean Marie Balestre, entraram rota de colisão. O brasileiro chegou a ser suspenso e Balestre não abria mão de um pedido de desculpas. Muitas horas de telefones, faxes e conversas entre advogados foram gastas e a inscrição de Senna foi aceita às vésperas do início da temporada (A McLaren chegou a apresentar Jonathan Palmer como companheiro de Gerhard Berger, que chegava da Ferrari).
Ao longo da temporada, um foi buscando o outro. Jean Alesi surgiu como sensação com a Tyrrell 019 e foi recordado. Berger, Mansell, Patrese, Boutsen, Piquet, Naninni…tudo ficou (infelizmente) em segundo plano. O foco era em Senna e Prost. Das 14 corridas até então, os dois venceram 11.
As posições se invertiam em relação ao ano anterior: Senna chegava numa situação mais tranquila. Para Prost, só interessava a vitória. Prost chegou a liderar o campeonato ao fim do GP da Inglaterra. Mas a McLaren conseguiu recuperar o tempo perdido, juntamente com a Honda e permitiu à Senna vencer na Alemanha, Bélgica e Itália. A vitória do francês na Espanha, com o abandono do brasileiro, dava alguma esperança.
Senna conseguiu marcar uma volta sensacional nos treinos e obteve mais uma pole position. Só que a posição de largada era no “lado sujo” da pista. Senna pediu aos organizadores que fosse mudada para o outro lado, onde os carros passavam com mais constância, criando uma linha mais emborrachada. E foi negado. (em tempo: desde que a F1 foi para Suzuka, o ponto de largada era o mesmo).
Posteriormente, no briefing de pilotos, foi orientado que, caso houvesse um acidente na chicane, qual foi no ano anterior, seria permitido cortar o caminho. Exatamente ao contrário do que havia acontecido. Isso deu mais vontade à Senna dar o troco à Prost.
Voltando à largada. O fiscal dá a bandeira verde. Acende a luz vermelha e, alguns segundos depois, vem a luz verde. Prost se aproveita da melhor condição de borracha, larga melhor e assume a liderança, indo para o meio da pista. Senna pega o segundo lugar e vai para atrás de Prost.
Na aproximação para a primeira curva, o francês aponta sua Ferrari para a tomada. Senna força a ultrapassagem e não tira o pé. Neste encontro de vontades, o choque inevitável. Senna bate na roda traseira esquerda de Prost e ambos vão para a caixa de brita. Uma enorme nuvem de poeira se faz. Os espectadores do circuito e em suas casas aguardam a resolução daquele acidente. Alguem se machucou? Vai ter outra largada?
Dois homens de macacão vermelho surgem no meio da poeira. Ambos fora de seus carros e aparentemente ilesos. Vão para os boxes talvez contando com uma interrupção da prova que não se concretiza. Os carros passam. Isso significa Senna campeão.
Um modo ruim de terminar este embate entre gigantes. Mas foi consequência de todo o clima ruim que se formou em duas temporadas. E que até houve uma tentativa de trégua após o GP da Itália. Sem sucesso.
Para a história, ficou este episódio e o segundo título de Senna.
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