Foto: JOSEP LAGO/ AFP PHOTO
Faltando exatamente uma semana para começar a apresentação oficial dos carros para a temporada deste ano (a Ferrari começa a sessão dia 11), os fãs ficam indóceis atrás de informações sobre as novidades. Este acaba sendo o período onde as ações de informação e contrainformação tem grande aparição.
Corridas e campeonatos não se ganham somente nas oficinas e pistas. Tal qual em um jogo de espionagem, uma série de ações são tomadas para que consigam se manter posições e obter vantagens. E a imprensa acaba por ter um bom papel nisso.
Não é de hoje que as notícias correm por aí. Vazamentos são extremamente comuns na F1 e se tem que ter o discernimento para separar verdade de mentira. Isso muitas vezes feita como verdadeira “cortina de fumaça” para desviar a atenção do que realmente importa.
Podemos pegar como exemplo todo o alarido gerado algumas semanas atrás quando foi noticiado que a Ferrari tinha encontrado problemas no modelo deste ano no o túnel de vento. A notícia veio originalmente de um blogueiro italiano (Leo Turrini), que é reputado como alguém com bastante acesso na equipe. Depois, houve uma publicação da alemã Auto Bild. E a confusão estava pronta.
O mais recente foi a publicação de que haveria uma reunião na próxima semana para decidir a continuidade do programa de F1 da Mercedes. Uma grande comoção foi criada nas redes sociais sobre o assunto, o que até mereceu um desmentido do CEO da montadora alemã.
A pressão criada por estas ondas podem sim atrapalhar o foco e fazem toda a diferença em um mundo, onde milésimos significam grandes vitórias e prejuízos financeiros. E quem acompanha a categoria sabe que os italianos tem os seus canais (a Gazetta dello Sport é praticamente um “Diário Oficial” da Ferrari) e os alemães também defendem os seus. Ingleses são fiéis às suas equipes (e pilotos principalmente). E nos últimos anos, espanhóis e holandeses tem se caracterizado por, digamos assim, “modificar” um pouco os fatos.
Este quadro todo lembra muito a política, onde versões são lançadas e outras partes tem que gastar mais tempo desmentindo do que efetivamente propondo, fazendo toda a diferença. Quando se fala então em uma usina de força neste aspecto como a Ferrari…. já vimos este tipo de coisa atacar.
Outro aspecto é a espionagem. As equipes sempre buscaram saber o que seus concorrentes estão fazendo para poder copiar (e se não puder fazer igual, reclamar). Chega-se ao ponto de ter fotógrafos em determinadas partes da pista para conseguir imagens dos carros, sem contar os sensores. A paranoia chega a um ponto tal que, este ano, não se chegou a um acordo para uma foto conjunta de todos os carros para divulgação. Justamente pelo receio de que segredos pudessem ser revelados.
Até mesmo para evitar este tipo de troca de informação, os profissionais que trocam de equipe acabam por passar por uma “quarentena” ou “vida vegetativa” para evitar cópias. Mas isso não evita casos em que pessoas que estavam na fiscalização fossem para as equipes (casos de Renault e Ferrari em 2018 – Marcyn Budkowski e Laurent Melkies, respectivamente) ou o mais aparatoso de todos (que se tem notícia), quando Nigel Stepney, mecânico chefe da Ferrari, entregou todos os desenhos dos italianos para a McLaren. Ainda tem o caso nos anos 70 de que a Shadow entrou na justiça acusando a Arrows de ter copiado o seu projeto. E ganhou! (O chefe da Shadow era tido como um espião da Inteligência dos Estados Unidos)
Nos últimos tempos, vimos as equipes cada vez mais taparem seus boxes e carros, usando panos e tapumes. Mas a FIA baixou uma diretriz forçando que o trabalho seja mais aberto ao público. E dá mais margem também para que uns vejam mais os outros…. Mas não nos iludamos que, mesmo com estas ações, os segredos tentarão ser mantidos quase de modo militar.
Enquanto isso, vamos lendo as mais diversas notícias que se tem e aguardando carros e os testes de Barcelona começar no dia 19.
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