Justiça acolhe ação contra Piquet por falas racistas e homofóbicas a Hamilton

A 20ª Vara Cível, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, acolheu a ação de quatro organizações de direitos humanos para abrir uma investigação sobre as declarações de Nelson Piquet. O ex-piloto está sendo acusado de fazer comentários racistas e homofóbico contra o heptacampeão mundial Lewis Hamilton.

As organizações Educafro, do Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo, a Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (Abrafh), abriram uma ação depois das declarações de Piquet em uma entrevista. O ex-piloto se referiu a Hamilton com o termo racista “neguinho”, e ainda fez um comentário homofóbico, além de ofender os ex-pilotos Keke e Nico Rosberg.

De acordo com as instituições, Piquet violou os diretos da população negra e da LGBTQIA+. “Líder e expoente do esporte brasileiro, em manifestação explícita de racismo e de homofobia, violou a um só tempo o direito fundamental difuso à honra da população negra e da comunidade LGBTQIA+”.

“O ex-piloto brasileiro que vociferou publicamente as aviltantes injúrias raciais e homofóbicas é personalidade pública, tricampeão de F1. Portanto, é de se presumir o impacto causado em todos aqueles que assistiram ao vídeo, especialmente os de etnia negra e os membros da comunidade LGBTQIA+, sabedores da amplitude e da gravidade das ofensas perpetradas pelo réu”.

Nesta ação movida contra Piquet, as organizações pedem uma indenização de 10 milhões de reais por danos morais coletivos e danos sociais. Além disso, a ação pede que o ex-piloto publique uma nota, em todas as redes sociais, com pedido público de desculpas, “reconhecendo o erro de fazer alusão racista a qualquer pessoa e retratando-se das afirmações racistas e homofóbicas”.

O juiz Felipe Costa da Fonseca Gomes deu prazo de 15 dias para que o ex-piloto apresente uma contestação formal sobre o caso.