O título é provocativo mesmo. Afinal de contas, como comparar o Norris, um cara tão talentoso e cheio de carisma, ao Stroll, que muita gente tem certeza que está na F1 por conta da montanha de grana que sua família tem? Ora, amigos e amigas, como diria o velho dramaturgo, existem muitas coisas entre o céu e a terra que vão muito além de nossa vã filosofia…
Guardadas as devidas proporções, o caminho dos dois são muito parecidos. Nascido Lando Norris, em 13 de novembro de 1999 na cidade de Bristol (Inglaterra), desde cedo mostrou interesse em corridas. Inicialmente, teve sua atenção na velocidade nas motos. Mas depois de ser levado a uma corrida de kart por seu pai e por seu irmão, se apaixonou e se jogou de cabeça.
Aí aparece o paralelo com Stroll. Seu pai, Adam Norris, se mostra um midas dos negócios: aos 26 anos, conseguiu convencer um fundo de pensão, Hargreaves Lansdown, a adotar um modelo mais agressivo de negócios, diversificando sua estrutura. Resultado: em 10 anos, a empresa cresceu mais de 50% ao ano e abriu seu capital na Bolsa de Londres. À esta altura, havia se tornado um dos 500 homens mais ricos da Inglaterra, com uma fortuna avaliada em cerca de £ 180 milhões.
Esta criação de valor acabou por ser razoavelmente paralela à carreira de Lando. Começou no kart em 2008 e logo mostrou que não era uma simples brincadeira. Desde cedo, se acostumou a correr com garotos mais velhos do que ele. E seus primeiros títulos vieram em 2012. No ano seguinte, vence o Europeu de Kart e o Mundial no Bahrein. Em 2014, repete a dose. E ainda vence o campeonato Ginetta Junior, categoria de apoio do BTCC.
O caminho natural era a transição para os monopostos. Em 2015, vence a Formula MSA (F4INGLESA) pela Carlin, equipe que acabou se tornando sua casa. E que acabou por ter investimentos da Horatio Investiments, empresa criada por Adam Norris….
A partir daí, uma carreira meteórica: Em 2016, venceu a Toyota Series (equivalente a F4 disputada na Nova Zelândia) e o campeonato europeu de F-Renault. De lambuja, ganhou o prêmio de piloto inglês do ano dado pelo BRDC. Ainda arranjou tempo para fazer algumas provas na F3 inglesa e na F3 europeia.
Este prêmio dado pelo BRDC o colocou no radar da McLaren, que geralmente dava como prêmio a oportunidade de testar um de seus carros. Isso aconteceu em 2017, enquanto Norris se preparava para disputar a F3 europeia. A situação agradou e o namoro se tornou casamento. No fim do ano, foi confirmado como piloto de testes da equipe para 2018. Neste meio tempo, ganhou o campeonato da F3, o que já permitia ter a Superlicença para a F1.
Este desempenho todo chamou a atenção para aquele jovem que poderia sim ser um potencial campeão. A ida para a F2 era o avanço lógico e lá foi ele com a Carlin. Fez um ano mais voltado na regularidade e acabou sendo vice-campeão, sendo superado por seu compatriota George Russell. Neste mesmo ano, fez seu primeiro treino oficial na McLaren na Bélgica.
Em 2018, foi confirmado como piloto oficial da McLaren juntamente com Carlos Sainz Junior. E confirmou boa parte do potencial que se esperava dele. Embora jovem, não se deixou levar pela pressão e aproveitou muito bem de uma McLaren renovada. A sua empatia com seu companheiro foi uma das coisas mais legais de se acompanhar ao longo do ano, principalmente nas redes sociais. Neste campo aliás, Norris nada de braçada: está sempre interagindo, com um tremendo bom humor. Além de fazer seus inúmeros vídeos no Twitch, um deles que virou meme, com um roupa e chapéu com o 46 de Valentino Rossi, de quem se declarou fã e uma de suas inspirações.
A 11ª posição no campeonato de 2019 não retratou totalmente o desempenho do jovem inglês. Alguns azares acontecidos na França e Bélgica acabaram prejudicando o resultado final. Mas a impressão ficou muito boa e colocou Norris sim na lista de futuros postulantes a andar no grupo da frente. Não à toa se falou que o fechamento do acordo de fornecimento de Unidades de Potência da Mercedes incluía a cessão do inglês para o time alemão, o que não foi confirmado.
(Em tempo: também se fala que o apoio da Horatio Investiments foi preponderante para que o acordo saísse).
Norris tornou-se uma parte importante desta nova fase da McLaren. E o terceiro lugar no domingo passado foi algo muito bom de se ver e confirmar a qualidade desta novíssima geração que surge na F1. E este sucesso é bom para garantir a qualidade, bem como aumentar a exposição de jovens e garantir a renovação e o aumento da base de fãs da categoria.
O inglês também acaba entrando no campo dos pilotos apoiados pelo pai. Não chega a entrar no nível do que vimos no padrão Stroll ou Latifi. Mas não foi tão simples quanto tantos outros casos e o apoio dado à Carlin foi primordial para que as coisas corressem bem, tal como Lawrence Stroll fez com a Prema.
Mas Norris tem uma vantagem: é um talento nato, numa fogosidade natural. Sem contar que é uma tremenda “figuraça”, o que ajuda ao público criar empatia com ele, ao contrário de Lance Stroll, que parece não fazer questão alguma de ser simpático e soa sim como um típico menino rico mimado. Por isso mesmo esquecemos que ele também é endinheirado. Por isso podemos dizer que Lando Norris é o Stroll que adoramos.
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