O ex-diretor de corridas da Fórmula 1, Michael Masi, revelou que recebeu ameaças de morte nos meses que se seguiram à sua polêmica decisão, que alterou o resultado do campeonato da F1 no ano passado, na corrida em Abu Dhabi.
A FIA confirmou no início deste mês que Masi deixou a organização. Ele foi substituído como diretor de corrida, depois que a organização investigou e afirmou que suas decisões erradas, mudaram o resultado da corrida em Yas Marina, e consequentemente do campeonato de 2021.
Em entrevista ao Daily Telegraph da Austrália, Masi disse que assinou um acordo de confidencialidade com a FIA, que o impede de discutir a decisão.
Masi também disse que recebeu centenas de mensagens nas redes sociais imediatamente após a corrida, e muitas mais nos meses que se seguiram, algumas das quais incluíram ameaças de morte e ofensas racistas.
“Felizmente, não tenho uma conta no Instagram ou Twitter”, disse Masi. “Sendo à moda antiga, no entanto, tenho o Facebook, onde costumava manter contato com a família e os amigos. Abri minhas mensagens naquela noite para checar, e não tinha ideia de que poderia receber ameaças de pessoas que eu não conhecia. Mas eu estava errado. Fui confrontado com centenas de mensagens. Eu não diria milhares, mas certamente centenas.”
“E elas foram chocantes. Racistas, abusivas, eles me chamaram de todos os nomes. E houve ameaças de morte. As pessoas diziam que iam vir atrás de mim e da minha família. E as mensagens continuaram vindo. Não apenas no meu Facebook, mas também no meu LinkedIn, que deveria ser uma plataforma profissional para negócios. Foi o mesmo tipo de abuso”, disse ele.
Masi disse que tentou se isolar mentalmente. “Na maioria das vezes, guardei tudo para mim”, acrescentou. “Contei para algumas pessoas, mas não para muitas. Eu não queria preocupar minha família e amigos. Eu não queria que eles se preocupassem também. A FIA sabia, mas acho que minimizei tudo para todos.”
A enxurrada de ataques fez Masi temer por sua segurança pessoal. “Andando pela rua em Londres um ou dois dias depois, pensei que estava bem até começar a olhar por cima do ombro. Eu estava olhando para as pessoas e me perguntando se elas iriam me pegar.”
Ele descreveu o efeito físico e mental que os ataques tiveram sobre ele. “Eu não queria falar com ninguém, nem mesmo família e amigos”, disse Masi. “Eu só conversei com minha família próxima, mas muito brevemente.”
“Também perdi o apetite. Ouvi que algumas pessoas se tornam comedores compulsivos durante momentos como esse, mas não comi muito. Teve um impacto físico, mas foi mais mental.”
“Toda a experiência me tornou uma pessoa muito mais forte”, disse ele. “Tenho várias opções profissionais interessantes daqui para frente. Estou considerando uma série de projetos diferentes, tanto nacionais quanto globais. Minha intenção é me basear fora da Austrália, e usar todas as habilidades que consegui, no que tem sido uma jornada incrível até agora, e pela qual estou extremamente orgulhoso e grato”, finalizou.
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