Foto: XPB Images
Nikita Mazepin é um personagem que tem sido alvo de constantes comentários em sua estreia na F1, nenhum deles elogiosos. Figura controversa no paddock, o russo tem chamado a atenção pela falta de talento e polêmicas que protagoniza dentro e fora das pistas, provando que o dinheiro não consegue comprar tudo.
O competidor de 22 anos fez seu salto para a principal categoria do automobilismo mundial pela Haas após dois anos na Fórmula 2, onde subiu seis vezes ao pódio, duas delas com vitória. Sua melhor colocação no campeonato foi uma quinta posição, conquistada justamente no ano passado.
Acontece que antes de qualquer coisa, Mazepin chegou com o rótulo de piloto pagante. Levando um gordo cheque da Uralkali, empresa de seu pai Dmitry, conseguiu até mesmo trocar as cores do carro para o esquema do patrocinador-máster – uma equipe norte-americana ficou mais parecendo uma bandeira russa.
Mas antes fosse apenas ser um piloto que comprou sua vaga. O grande ponto da questão é que Nikita já carrega um longo currículo de lances bastante questionáveis e problemáticos. Um episódio memorável foi na corrida 1 da Fórmula 2 em Sakhir do ano passado, quando foi punido por espremer tanto Yuki Tsunoda quanto o brasileiro Felipe Drugovich enquanto brigava pela liderança.
E a fama do competidor, que corre como neutro na F1 por conta das restrições esportivas da Rússia, ultrapassa as pistas. No final do ano passado, esteve no centro de uma grande polêmica quando assediou uma modelo dentro de seu carro, tocando no seio da mulher, que tentava afastá-lo, e postando em suas redes sociais. Pouco depois acabou apagando, mas o estrago já estava feito.
O episódio trouxe muitas críticas e um enorme movimento dos fãs da F1 para que a Haas o demitisse, com até mesmo a criação da hashtag #DizemosNãoaMazepin. Günther Steiner, chefe do time, chegou a reprovar a atitude do jovem na época, mas manteve o competidor especialmente pelo alto valor que estava desembolsando na esquadra.
Nem mesmo o carisma pode ser ponto justificável para “passar pano” ao competidor. Após a classificação do GP da Emília-Romanha, por exemplo, esteve em nova polêmica por uma ultrapassagem em cima de Antonio Giovinazzi quando ambos vinham em suas voltas rápidas. No cercado da mídia, quando foi questionado por Mariana Becker, deu resposta ríspida e seca para a jornalista, que encerrou a entrevista. O lance em cima do italiano da Alfa Romeo rendeu mais uma onda de críticas.
Se Mazepin ao menos tivesse mostrado um pingo de talento que fosse e algo que justificasse conseguir uma das vagas mais cobiçadas do mundo do esporte a motor, seria compreensível. Mas com as duas etapas disputadas até o momento na temporada 2021 já foi possível perceber: dinheiro e talento não andam lado a lado.
Apelidado de MazeSPIN [rodada em tradução livre], tem marcado todas as sessões com incidentes, escapadas e rodadas. Ainda, no GP do Bahrein, abertura da temporada, teve a estreia mais curta da F1 em duas décadas, com apenas 27s na pista e batendo na segunda curva. Em Ímola, segunda disputa do calendário, cruzou a linha de chegada 30s segundos atrás do companheiro Mick Schumacher, o penúltimo.
E isso não é, necessariamente, por ser piloto pagante. Lance Stroll chegou à categoria com o mesmo cenário – Lawrence chegou até mesmo a comprar uma equipe e colocou o filho para correr -, mas sempre foi educado e já mostrou claro sinal de evolução. Igualmente com Nicolas Latifi.
Apesar de carregar uma lista de cenas problemáticas mais longa que sua carreira na Fórmula 1, é possível ver o nome de Mazepin ainda por muito tempo no grid. Em uma categoria em que o quanto se tem no banco tem tanta importância quanto o que se faz nas pistas, Nikita está garantido pela carteira do pai. A única tristeza é que o dinheiro ainda não compra talento e muito menos educação e respeito.
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