A Racing Point foi uma das equipes que chamaram bastante a atenção em 2020 e não somente pelo desempenho na pista. Quando apresentou seu carro para a temporada, algo chamou logo a atenção de todos: a semelhança com a Mercedes W10. Não à toa, virou logo a “Mercedes Rosa”.
Alguns dizem que semelhança é ser muito bondoso e deveria ser chamado de cópia. Mas a F1 é um daqueles lugares em que “nada de cria, tudo se copia”. E a Racing Point optou sim por estreitar relações com a Mercedes: além de motor e todo o trem traseiro, o desenvolvimento aerodinâmico foi feito em Brackley, sede das Flechas de Prata.
Segundo o Diretor Técnico, Andrew Green, a escolha foi deliberada. Por usar todo o trem traseiro da Mercedes, o mais lógico era parar de tentar fazer diferente e usar o mesmo conceito da origem. E não dá para negar que muitas soluções do RP20 eram “inspiradas” no W10.
Justamente esta semelhança acabou por criar uma das situações mais chatas do ano. Desde os treinos em Barcelona, a Racing Point mostrou que tinha ritmo para puxar o pelotão “do resto”. Inclusive fazendo tempos comparáveis a Red Bull e Mercedes. E logo apareceu uma reclamação de que a equipe estaria usando peças de forma indevida.
Logo após o GP da Austria, a Renault entrou com uma reclamação junto à FIA questionando os dutos de freios traseiros. Segundo os franceses, a Racing Point teria usado os dutos de freio da Mercedes em seu carro, indo contra o regulamento, que incluiu para este ano, que este tipo de peça faria parte dos itens obrigatórios para criação e preparação própria.
A Racing Point alegou que fez os itens, mas baseados nos projetos anteriores da Mercedes, o que era permitido anteriormente. A discussão foi imensa e a FIA deliberou por punir a Racing Point em 15 pontos, além de um valor em dinheiro. Estes pontos fizeram falta no fim…
No início da temporada, o carro confirmou o bom desempenho da pré-temporada. Com Sergio Perez fazendo o papel de líder da equipe, enquanto Lance Stroll vinha em seu processo evolutivo. O peso de ser filho do “patrão” ainda cobra seu preço. Mas o jovem canadense fez provas bem interessantes, especialmente na parte final da temporada, quando o carro recebeu um novo pacote aerodinâmico.
Perez chamou a atenção no início da temporada pelo fato de ter contraído COVID. Isso motivou a volta de Nico Hulkemberg nos dois GPs em Silverstone. O primeiro GP foi algo em cima da hora, já que o alemão estaria presente para comentar a prova e os pilotos da Mercedes não estavam disponíveis. O primeiro GP foi bem interessante dado o tempo. O segundo, melhor acomodado, deu espaço para marcar pontos ( 7ª posição). O alemão retornou em Nurburgring por conta do caso positivo para COVID de Stroll. O bom retorno alimentou a possibilidade de uma volta definitiva à categoria, o que não se concretizou.
A equipe deu um salto de qualidade, mas mostrou que ainda precisava ajustar uma série de coisas para poder dar mais passos à frente. Um exemplo disso foram as falhas de estratégia e o trabalho de box. Mas não impediu bons resultados, culminando o pódio duplo em Sahkir com a vitória de Perez (após ter caído para último na primeira volta) e o terceiro posto de Stroll.
As possibilidades eram grandes, mas não foram todas concretizadas. Mas o ano foi positivo, permitindo um grande otimismo para a grande mudança que se dará em 2021, com a assunção da marca Aston Martin (outro investimento de Lawrence Stroll) e a vinda de Sebastian Vettel. Com a continuidade da parceria com a Mercedes, que cederá a parte traseira inteira do W11 para o AMF1 (a nomenclatura ainda não foi definida), voos mais altos podem ser planejados.
BWT RACING POINT F1 TEAM
Chassi: RP20
Motor: Mercedes M11 EQ Performance 1.6 L
Pilotos : Sergio Perez (11) / Lance Stroll (18) / Nico Hulkemberg (27)
Classificação nos Construtores : 4º (195 pontos)
Diretor Técnico : Andrew Green
Chefe de Equipe : Otmar Szafnauer
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