Raio X da temporada 2020 da F1: Haas F1 Team

A Haas foi uma equipe que flertou com o perigo ao longo de 2020. Não só por conta da dupla de pilotos, dada por muitos como “insana”. Mas principalmente pela condição financeira. Após o calote dado pela Rich Energy e o desempenho insatisfatório em 2019, este ano foi um pouco de “terra arrasada” para os queridinhos do Netflix.

A equipe entendeu que o grande problema de 2019 foi o carro. Já no meio da temporada, havia deixado o desenvolvimento do VF-19 de lado e optou por trabalhar em cima dele. A dupla de pilotos foi mantida: Romain Grosjean e Kevin Magnussen.

Quando foi apresentado, o VF-20 foi apresentado como uma versão atualizada do ano anterior. A equipe reputava como um bom carro, mas teve um problema sério de entendimento dos pneus. Não era incomum qualificar bem, mas ir perdendo desempenho ao longo da prova.

Um trabalho de reavaliação das suspensões e de aerodinâmica foi feito. Só que pelo acordo de fornecimento fechado com a Ferrari, motor, suspensões e câmbio eram restrições a voos mais ousados. Não à toa, mais uma vez se falava que a Haas nada mais era do que uma cópia italiana.

Com os fundos restritos, a Haas optou por ir com uma configuração básica para o início do ano e ter certeza que os problemas haviam sido resolvidos. Em princípio, foram. Mas também sofreram com a falta de potência dos motores Ferrari em relação aos demais, além de um desacerto com a suspensão traseira, que tinha um problema de aquecimento (!) e o acerto era bem prejudicado.

O desempenho de Grosjean e Magnussen na pré-temporada acabou por ser bem discreto. E com a pandemia, o desenvolvimento que seria pouco, tornou-se nulo. Em entrevista ao portal The Race, o aerodinamicista Ben Agathangelou considerou que o VF-20 estava entre 60 a 70% completo. O trabalho feito ao longo do ano foi de afinação do acerto e adaptação dos pacotes a cada tipo de pista, sem novidades. Resultado: os pilotos consideravam o carro bom de dirigir, mas não era suficientemente rápido.

Isso ficou claro na temporada: Grosjean e Magnussen sofriam no fim do grid e tinham que apostar em estratégias ousadas para tentar escalar o pelotão, já que faltava ritmo. Foi isso que permitiu Magnussen chegar em 10º na Hungria e Grosjean em 9º em Nurburgring. Para quem pensava em se posicionar como “melhor do resto “até 2019, este acabou por ser um golpe tremendo nas pretensões do time americano.

A equipe acabou chamando mais a atenção na segunda parte da temporada. Primeiro, pela ratificação do novo acordo comercial, já que muita gente considerava certa a desistência de Gene Haas. Segundo, pelo aparatoso acidente de Romain Grosjean no GP do Bahrein, onde se carro pegou fogo e por alguns momentos todos prenderam a respiração ao ver a grande explosão. Foi um alivio ver o piloto sair do carro e sair andando.

Este acidente acabou por permitir a estreia de Pietro Fittipaldi na F1. Piloto reserva do time, o brasileiro aproveitou bem a oportunidade e procurou não comprometer. Deixou uma boa impressão entre os chefes e a intenção é permanecer para 2021. Inicialmente como reserva. Mas…

O “mas…” vem do terceiro motivo que a Haas chamou a atenção este ano. O time anunciou que Mick Schumacher seria titular do time em 2021. Campeão da F2 este ano e piloto da Academia Ferrari, a escolha foi um passo natural na evolução do jovem alemão. Para o segundo posto, tudo indicava que outro piloto ferrarista seria escolhido: Callum Ilott. O inglês fez um bom ano, obtendo o vice-campeonato da F2. Um dos sinais da escolha foi a sua escalação para o treino livre do GP de Eifel. O mau tempo estragou os planos.

Quando o anuncio parecia iminente, apareceu Nikita Mazepin. O russo já vinha planejando a sua estrada na F1 por algum tempo. Seu pai, bilionário do ramo de fertilizantes, tentou a compra da Force India e bancou um programa de treinos na Mercedes. Um ano bem interessante na F2 o permitiu pensar em tentar voos mais altos.

Mesmo antes da temporada da F2 terminar, a Haas anunciou o russo como piloto. Muitos dizem que a família assumiria uma parte do time, além de garantir um patrocínio estimado entre US$ 20 a 30 milhões de dólares. Até aí, tudo certo. Só que um vídeo feito por Mazepin e publicado em uma de suas redes sociais, assediando uma moça em um carro, deixou a situação bem complicada.  O público recebeu muito mal e, mesmo com algumas posições oficiais de ações e desculpas, até agora não houve uma ação firme.

Se fala cada vez mais que o russo poderia ser “desconfirmado” de seu posto. E o nome de Pietro acaba tomando força. A Haas precisa de recursos e aparentemente busca soluções para tentar viabilizar uma saída. O fato é que o time está recebendo técnicos da Ferrari para reforçar seus quadros e deve ter seu carro de 2022 ser feito em Maranello, ao invés do acordo corrente com a Dallara.

O objetivo de 2021 é dar rodagem aos seus pilotos e se preparar para que 2022 seja a retomada do rumo americano ao grupo de “melhor do resto”, o que já aconteceu em 2017 e 2018.

 

HAAS F1 TEAM

Carro: Haas VF-20

Motor: Ferrari 065

Pilotos: Romain Grosjean (8) / Kevin Magnussen (20) / Pietro Fittipaldi (51)

Posição nos Construtores: 9º (3 pontos)

Chefe de Equipe: Gunther Steiner

Diretor Técnico: Rob Taylor / Ben Agathangelou

 

Assine o clube de vantagens F1Mania+, aproveite os benefícios e ajude o site e suas plataformas a crescerem ainda mais. Acesse https://picpay.me/f1mania, busque por @f1mania no app PicPay ou clique aqui e saiba mais.

 

Clique e receba as notícias da F1Mania.net pelo WhatsApp.

Siga-nos nas redes sociais:
Twitter
Facebook
Instagram

Inscreva-se em nosso canal no YouTube.

Confira o destaque do nosso canal no YouTube: Haas dá indicações de que Mazepin não sofrerá punição:

 

Ouça nossos podcasts diários na sua plataforma favorita:
Spotify
Google Play Music
Deezer
iTunes
Amazon