Ah, a Ferrari…Ninguém pode reclamar de morosidade nos lados de Maranello. E este ano, tivemos tudo que um típico ano ferrarista: brigas, discussões, dedos apontados e..um carro que não andou. Lembrou muito os áureos tempos dos anos 80, onde o time não chegava a lugar algum.
A temporada começou com altas expectativas. O SF1000 (em homenagem às mil corridas que a Ferrari completaria este ano) foi apresentado com pompa e circunstância em Emilia Reggio, berço da Itália. Vettel e Leclerc mostravam um discurso otimista, bem como Binotto e Camilleri. Mas nem tudo eram flores….
Muito se falava que a Ferrari tinha localizado uma série de problemas no carro. O objetivo inicial era pegar o SF90 como base, acertar as falhas (excesso de arrasto e falta de pressão aerodinâmica) e focar no novo regulamento. Os testes em Barcelona mostraram que as vozes estavam corretas. E houve mais um detalhe…
No último dia de testes, a FIA anunciou um acordo “secreto” com a Ferrari sobre questões sobre a Unidade de Potência. Isso gerou uma revolta entre os outros times, que entendiam esta ser uma aceitação pelos italianos de que seus motores estavam fora das regras. Até o momento, o acordo segue sob sigilo. E o motor da Ferrari acabou por ter uma queda considerável de desempenho em relação a anos anteriores…
A pandemia de COVID acabou por arrebentar o planejamento ferrarista. Com as mudanças de regulamento acertadas, a equipe se viu amarrada ao SF1000. E o objetivo foi tentar melhorar o que era possível e “administrar os danos”.
Houve muito questionamento sobre a capacidade de Mattia Binotto comandar a equipe. Mas o CEO da marca, Louis Camilleri, bancou a permanência, dizendo que queria reduzir a rotatividade de pessoas e criar uma estabilidade.
O fato é que o SF1000 não resolveu os problemas de seu antecessor e criou outros. Isso jogou a Ferrari em uma situação que não se via há tempos. O segundo lugar de Leclerc no primeiro GP do ano foi algo totalmente circunstancial. O que mais se viu foram os carros tendo problemas até para passar para o Q2 e com baixas velocidades em reta, sendo inclusive ultrapassados pelas equipes clientes….
Internamente, Leclerc acabou se saindo melhor do que Vettel. O monegasco se adaptou melhor às características imprevisíveis do SF1000, especialmente na traseira. Vettel, que havia sido avisado antes da temporada começar que não teria seu contrato renovado, sofreu com o carro e não se envolveu tanto no desenvolvimento. O segundo lugar na Turquia foi o ponto alto do ano.
Ao longo da temporada, a Ferrari conseguiu trabalhar um pouco na aerodinâmica e melhorou um pouco o carro, mas não o suficiente para se colocar na ponta. Este acabou sendo um dos fatores que ajudaram a tornar o pelotão intermediário mais interessante. Mas muito ruim para os padrões italianos, que consideraram esta a pior temporada desde 1980.
A liderança de Binotto foi bem questionada ao longo do ano. Especialmente quando se via algumas escolhas de estratégia bem questionáveis. Mas a diretoria confiou em seu trabalho. Não deixou de ser curioso ver a equipe andando bem em algumas provas em que não esteve presente…
Para 2021, muitas novidades: o SF1000 terá muitas mudanças na traseira (nova suspensão, nova caixa de câmbio) e um motor novo. Mesmo com o acréscimo prometido (se fala em 30 cv), ainda não seria o bastante para se bater com as Mercedes e ficaria atrás de Renault e Honda. Pelo lado dos pilotos, Lelcerc assume cada vez mais o posto de primeiro piloto e tem a companhia de Carlos Sainz Jr, que teve sua cotação aumentada na categoria após dois bons anos na McLaren.
A questão agora é não deixar as decisões de fora atingirem a pista. Em dezembro, Louis Camilleri pediu afastamento do posto de CEO e a Ferrari busca um substituto para um posto, ocupado provisoriamente por John Elkaan, presidente do Conselho de Administração. Definitivamente, paz não é uma opção em Maranello.
SCUDERIA FERRARI
Carro: SF1000
Motor: Ferrari Tipo 064
Pilotos: Sebastian Vettel (5) / Charles Leclerc (16)
Posição nos Construtores : 6º (131 pontos)
Chefe de Equipe : Mattia Binotto
Diretor Técnico : Mattia Binotto / Enrico Cardile / David Sanchez
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