O que já era esperado foi confirmado nesta semana: Antonio Giovinazzi está fora do grid da F1 em 2022. O italiano foi chutado pela Alfa Romeo para dar espaço para o chinês Guanyu Zhou, provando mais uma vez que o dinheiro fala mais alto do que o talento na categoria.
O competidor chamado de Jesus pelos faz brasileiros, chegou ao grid de forma integral em 2019. Antes, havia feito duas provas pela Sauber em 2017, as duas primeiras do calendário – na época, teve uma 12ª colocação e um abandono.
É verdade que Giovinazzi nunca teve resultados que saltassem aos olhos na categoria mundial. Até o momento, com 57 largadas feitas com a equipe suíça, pontuou em apenas oito, somando 19 tentos totais.
Sua performance mais notável foi no GP do Brasil de 2019. Em uma corrida movimentada e bastante acidentada, conseguiu se esquivar de problemas e cruzou a linha de chegada na quinta colocação – seu companheiro Kimi Räikkönen foi quarto.
![Saída de Giovinazzi prova mais uma vez que dinheiro vale mais que talento na F1 Guanyu Zhou](https://www.f1mania.net/wp-content/uploads/2021/08/image.jpg)
Enquanto isso, em 2021, Zhou, que se torna o primeiro chinês a competir uma temporada completa na F1 -, disputa o título da Fórmula 2. Com duas rodadas triplas para o final do campeonato, aparece no vice-campeonato com 142 pontos, 36 de desvantagem para o líder Oscar Piastri.
Colocando lado a lado, realmente a impressão é de que o companheiro de Valtteri Bottas no próximo ano tem mais talento, afinal, também é o atual campeão da F3 Asiática. Entretanto, nos anos anteriores, Guanyu nunca conquistou resultados muito expressivos – na Fórmula 3, por exemplo, tem dois oitavos lugares no campeonato como melhores conquistas.
Ficou mais do que claro que o dinheiro e o gordo patrocínio do chinês teve grande papel nessa contratação. Até mesmo Giovinazzi se mostrou ressentido de como o talento acaba secundário na F1. “F1 é emoção, talento, carros, risco, velocidade. Mas quando o dinheiro manda, pode ser implacável”, escreveu nas redes sociais.
Antonio não foi o primeiro, e nem vai ser o último, piloto que sofre na pele a questão de pilotos pagantes. Esse é um tema que existe há anos na principal categoria do automobilismo e com o crescente custo, a tendência é crescer ainda mais.
Em 2021, por exemplo, há bons exemplos de pilotos pagantes no grid. O maior pode ser Lance Stroll, já que seu pai Lawrence comprou a Racing Point, atualmente Aston Martin, e colocou o canadense para defender a esquadra.
Outro exemplo ainda mais escancarado é Nikita Mazepin. Estreante nesta temporada, banca totalmente a Haas e já mostrou não ter nada de talento, mas por conta do gordo cheque que oferece ao time norte-americano, já garantiu sua vaga para seguir em 2022.
Giovinazzi não foi grande piloto na F1, mas é verdade que foi pessoa carismática e que arranjou bons fãs ao longo dos campeonatos. Entretanto, mesmo se fosse um grande talento, se não tem dinheiro, não tem papo.