Teste secreto da Mercedes e Pirelli em 2013 desencadeia escândalo e mudanças na F1 

Em 2013, a Mercedes e a Pirelli se viram no centro de um dos maiores escândalos recentes da Fórmula 1. Um teste secreto realizado pela equipe alemã, em parceria com a fornecedora de pneus, levantou acusações de violação das regras da categoria, desencadeando protestos e uma audiência no tribunal da FIA.

O episódio ocorreu logo após o GP da Espanha, quando a Mercedes, ainda enfrentando dificuldades com o consumo excessivo de pneus no modelo W04, conduziu um teste de três dias e 1000 km com Lewis Hamilton e Nico Rosberg como pilotos. A justificativa era testar novos compostos de pneus que poderiam ser introduzidos no final daquela temporada.

A Pirelli buscou aprovação com a FIA e recebeu uma sinalização positiva de Charlie Whiting, diretor de corridas da entidade, considerando que as demais equipes recebessem a mesma oportunidade.

Entretanto, as rivais Red Bull e Ferrari só ficaram sabendo do teste na noite de sábado, durante o GP de Mônaco. No domingo, Nico Rosberg venceu a corrida, mas sua conquista foi rapidamente ofuscada pelas acusações. Christian Horner, chefe da Red Bull, foi um dos primeiros a protestar publicamente.

O regulamento da época proibia testes em temporada com carros atuais, exceto no caso do teste oficial para jovens pilotos. Horner ainda questionou a falta de transparência do episódio. “Eles usaram um carro atual com pilotos atuais e pneus atuais”, disse ele. “Isso é uma violação clara do regulamento esportivo, e protestamos porque queremos clareza”.

“Não é certo que uma equipe atual teste um carro atual com pneus que vamos usar aqui [em Mônaco] ou em duas semanas, em Montreal. Entendo que a Pirelli queira testar os pneus. Eles obviamente têm problemas com os pneus”.

“O que é decepcionante é que isso foi feito de forma não transparente. Um teste de três dias foi realizado com um carro atual usando pneus que serão usados no próximo GP, e, independentemente do nome que se dê a isso, é um teste.”

A FIA convocou uma audiência para avaliar as ações da Mercedes e da Pirelli. O tribunal concluiu que, embora as partes envolvidas não tenham agido de má-fé nem obtido uma “vantagem esportiva injusta”, havia o potencial para que isso acontecesse. Também ficou claro que o consentimento de Whiting não podia anular o Artigo 22.4 do regulamento esportivo, que proibia testes em temporada.

Como consequência, a Mercedes foi excluída do teste de jovens pilotos daquele ano, e tanto a equipe quanto a Pirelli receberam reprimendas formais.

A partir de 2014, os testes durante a temporada foram reintroduzidos sob condições específicas, com a Pirelli alternando os testes entre as equipes.



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