Vettel anuncia saída da F1 aos 35 anos ao final da temporada 2022

Sebastian Vettel decidiu colocar um ponto final em sua passagem pela F1. Nesta quinta-feira (28), o alemão anunciou através de um post em suas redes sociais sua despedida do grid ao final da temporada 2022.

Nesta semana, o paddock foi pego de surpresa com um perfil do tetracampeão no Instagram. Resistente ao mundo virtual, o piloto se rendeu às mídias e em poucas horas acumulava mais de 100 mil seguidores.

O perfil, então, foi usado para fazer o anúncio de sua saída do certame. Através da postagem, um vídeo em preto e branco, já começou com a frase “venho aqui para anunciar minha aposentadoria ao final da temporada 2022 da F1”.

“Provavelmente, deveria começar uma lista com o nome das pessoas que quero agradecer, mas quero explicar os motivos por trás de minha decisão. Amo o esporte, tem sido o centro de minha vida desde que me lembro”, continuou.

“Mas por mais que tenha vida dentro da pista, há também minha vida fora das pistas. Ser um piloto nunca foi minha única identidade. Acredito muito em identidade por quem nós somos e como tratamos os outros mais do que fazemos”, seguiu.

“Quem sou eu? Sou Sebastian, pai de três crianças e marido de uma mulher maravilhosa. Sou curioso e facilmente fascinado por pessoas apaixonadas e talentosas. Sou obcecado por perfeição, sou tolerante e acredito que todos temos os mesmos direitos de viver independente de como parecemos, de onde viemos e quem amamos”, continuou.

“Gosto de estar ao ar livre, natureza, sou teimoso e impaciente. Posso ser muito irritante, gosto de fazer as pessoas rirem, gosto de chocolate e o cheiro de pão fresco. Minha cor favorita é azul, acredito em mudança e progresso e que cada pequena coisa faz a diferença”, emendou.

“Sou otimista e acredito que as pessoas são boas. Nas corridas, criei uma família e gosto de estar próximo a eles. Criei outros interesses fora da F1. Minha paixão por automobilismo e F1 me acompanha muito, me distanciam e exigem muito do meu tempo”, pontuou.

“Meu objetivo mudou de vencer corridas e brigar por campeonatos para ver minhas crianças crescerem, passar a elas meus valores, ajuda-las quando caírem, ouvi-los quando precisarem de mim, não ter de dizer tchau e, mais importante, poder aprender com elas e as deixar me inspirarem”, ressaltou.

“Crianças são nosso futuro. Então, sinto que há muito para explorar e aprender sobre vida e sobre eu mesmo. Falando sobre o futuro, sinto que vivemos em tempos bastante decisivos e como moldamos os próximos vai determinar nosso futuro. Minha paixão vem com certos aspectos que aprendi a não gostar”, disse.

“Podem ser resolvidos no futuro, mas a determinação para aplicar a mudança tem de crescer muito mais e ser vista dias de hoje. Conversas não são o suficiente e não podemos esperar. Não há alternativa, a corrida está acontecendo”, falou, destacando seu discurso dos últimos meses quanto a pegada nada sustentável da F1.

“Minha melhor corrida? Ainda está por vir. Acredito em seguir em frente e adiante. Tempo é uma via única e quero seguir com ele. Olhar para trás apenas vai te desacelerar. Olho para frente com a vontade de correr novos circuitos e sei que vou encontrar novos desafios”.

“As marcas que deixei na pista vão continuar até que o tempo e a chuva as levem embora. Novas serão colocadas. O amanhã pertence aos que moldam hoje. A próxima curva está em boas mãos já que a nova geração já entrou. Acredito que ainda há uma corrida para vencer. Até mais, e obrigado por me deixar dividir a pista com você, amei cada segundo disso”, encerrou.

Vettel disputou sua primeira corrida de F1 ainda em 2007, com a BMW Sauber. Na época, no GP dos Estados Unidos, cruzou a linha de chegada na oitava colocação, conseguindo pontos em sua estreia.

Naquele mesmo, ano, mas agora defendendo a Toro Rosso substituindo Scott Speed, conseguiu um impressionante quarto lugar no GP da China, encerrando seu primeiro campeonato em 14º com seis pontos.

Entretanto, colocou seu nome de fato nos livros quando, no ano seguinte, conseguiu a surpreendente vitória na Itália. Em uma corrida molhada e com um carro abaixo dos adversários, conseguiu seu primeiro dos 53 triunfos na categoria.

Desde então, Seb, em suas 17 temporadas no grid, conseguiu quatro títulos – foi o campeão, bicampeão, tricampeão e tetracampeão mais jovem da história -, além de 53 vitórias, 57 pole-position, 38 voltas mais rápidas e 122 pódios.

Em sua jornada, defendeu cinco equipes – BMW Sauber, Toro Rosso, Red Bull, onde conseguiu seus quatro campeonatos, Ferrari e Aston Martin.

Nos últimos anos, entretanto, tem enfrentado dificuldades em conseguir bons resultados. Com um carro pouco competitivo da escuderia inglesa, amarga o meio para o fundo do pelotão e por vezes sequer consegue avançar na classificação.