Todo mundo ficou em polvorosa nesta segunda-feira (noite aqui no Brasil) com a notícia dada pela imprensa alemã de que Sebastian Vettel e Ferrari não teriam chegado a um acordo para a renovação de contrato depois deste ano. E logo no início da manhã desta terça na Europa, a confirmação foi oficialmente dada por ambos os lados através de comunicado.
Aparentemente, havia vontade de ambos de continuarem juntos. E seria uma ótima solução para as duas partes: a Ferrari continuaria com um piloto de alto nível, que conhece muito bem a equipe e Vettel seguiria em um time de ponta, em condições de lutar pelas primeiras posições.
O que se divulgou pela imprensa é que os italianos ofereceram uma proposta em menor tempo de duração (um ano) e valor (abaixo dos US$ 12 milhões anuais). Diz-se que o alemão buscava um contrato mais longo, sem tanta redução salarial. Aparentemente, um impasse foi criado e se chegou a um ponto de ruptura.
Era uma história que tinha tudo para dar certo. A ida de Vettel para a Ferrari foi uma jogada ousada e a intenção era construir um novo período de vitórias. Um dos aspectos era a postura de Vettel, que era um alívio após os anos Alonso: o trato com os mecânicos, chegar falando italiano…
Muitos pontos altos aconteceram. Mas o ambiente efervescente da Ferrari motivado pela política e cobranças, acabou por ir desgastando tudo. De fora, a impressão é que Vettel tentou ser o ponto comum para trazer os carros italianos à frente, especialmente durante o período em que Maurizio Arrivabene estava à frente da equipe. 2017 e 2018 foram momentos em que o título esteve perto. E a falha da Alemanha em 2018 acabou detonando um processo de questionamentos sobre a capacidade do alemão.
A chegada de Leclerc à Ferrari em 2019 trouxe uma mudança grande no modo de vida da equipe, além da chegada de Mattia Binotto no comando do time. Vettel sentiu a chegada de um novo companheiro, posto que ele já havia cumprido alguns anos atrás na Red Bull. E vimos tantas vezes os dois se encontrando na pista, culminando com o “encontrão” em Interlagos. Estaria aí a perda da “harmonia perfeita” citada pelo alemão?
A temporada de especulações abriu com força neste momento de “começa/não começa” da F1 com este movimento. Vettel vinha sendo ligado à Renault e McLaren. Esta última não era necessariamente uma novidade, já sendo citada no início deste ano. Mas a pergunta que fica é se Vettel continuaria a na categoria. Em sua declaração, deixou claro que não foi a parte financeira que pesou. E já vinha colocando em dúvida sua permanência mesmo com o novo regulamento técnico.
Para a Ferrari, a permanência do alemão seria a melhor dos mundos: teria um piloto de alto nível e totalmente adaptado à equipe neste momento de tantas mudanças. E ainda serviria como um “seguro” caso Leclerc não se consolidasse como um real piloto de ponta (um processo de ‘Alesizagem’).
A decisão divulgada hoje acaba por abrir uma frente interessante no tabuleiro de pilotos para 2021, que parecia sem graça após a confirmação da permanência de Verstappen e Leclerc. Os italianos agora têm a opção de jogar no seguro, pegando alguém para o futuro (Sainz ou Giovinazzi) ou atirar em uma situação mais ousada (Riccardo e, em maior forma, Hamilton). Ao ver, a Ferrari não tem como tradição optar por uma linha de pilotos jovem ou sem tanta experiência.
Sainz encaixaria bem em um primeiro momento: é jovem e mostrou uma grande evolução no último ano na McLaren. Riccardo seria uma opção entre juventude e experiência, além de vir com a vontade de mostrar que teria condições de ser realmente um piloto de ponta.
Hamilton seria a tacada mais ousada. Dinheiro não seria problema, mas Hamilton aguentaria a pressão italiana? Teria liberdade para trazer a equipe? Como seria a recepção da torcida italiana?
Ainda nomes como Sergio Perez e Valtteri Bottas aparecem na mesa para a escolha. Mas independente do nome a ser escolhido, a Ferrari se vê numa posição muito complicada para decidir: assumir que Leclerc é o seu nome de futuro e construir o time ao seu redor? Colocar um nome que sirva como seguro? Escolher um piloto que sirva para deixar o monegasco em pressão, tal qual ele fez com Vettel?
O alemão hoje não tem mais nada a provar e não se mostra tão empolgado com a F1 que se aproxima. Sua postura sempre mostrou ser um apaixonado por correr e pela categoria, mas que não a coloca à frente de tudo. Os últimos anos acabaram por colocar a sua capacidade em dúvida, o que não deveria acontecer. Mas todos os acontecimentos fazem com que muitos não achem a partida tão ruim assim.
Vettel é um campeão, escreveu seu nome na Ferrari (é o terceiro piloto com mais vitórias pelo time) e tem várias opções na mesa. Teria ele motivação para comandar um projeto de reconstrução? (A McLaren seria uma escolha mais interessante do que a Renault). Ir ainda para a Mercedes? Aston Martin? Mas há uma opção mais impactante ainda: ir para casa. Não seria algo tão surpreendente vindo de Sebastian Vettel, o alemão mais latino dos últimos tempos.
Receba as notícias da F1Mania.net pelo WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/KfnRVB3rgC9KteRiZxfSRY
Siga-nos nas redes sociais:
Twitter – https://twitter.com/sitef1mania
Facebook – https://www.facebook.com/sitef1mania
Instagram – https://instagram.com/sitef1mania
Inscreva-se em nosso canal no YouTube: https://www.youtube.com/user/f1mania?sub_confirmation=1
Está no ar o Episódio #8 do Podcast F1Mania.net Mundo Afora – Entrevista com Sérgio Sette Câmara, alterações na pontuação de superlicença e novo calendário do Mundial de Endurance. A análise é dos jornalistas especializados em esporte a motor Alexander Grünwald, Felipe Giacomelli e Leonardo Marson. Ouça:
Spotify – http://f1mania.vc/auV
Google Play Music – http://f1mania.vc/auU
Deezer – http://f1mania.vc/auX
iTunes – http://f1mania.vc/aRy
Confira o destaque do canal da F1MANIA no YouTube: F1Mania.net Pro eSports Race – 2ª edição