Por Leandro Kojima
Duas das maiores esperanças brasileiras do automobilismo mundial carregam sobrenomes famosos nas costas, e até os utilizam como instrumentos de marketing. Afinal, o que seriam de Nelsinho Piquet e Xandinho Negrão não fosse os sobrenomes, de dois dos maiores pilotos brasileiros, o tricampeão de F1 Nelson Piquet e o dinossauro da Stock Car Xandy Negrão?
Eu não coloco em cheque as qualidades dos dois pilotos, afinal não é qualquer dupla de rebentos de gente famosa que soma dois títulos na Fórmula 3 Sul-Americana e um na Fórmula 3 Inglesa. Mas devemos sempre nos lembrar dos casos anteriores a esse. Na minha opinião, apenas um piloto conseguiu ter destaque especial em relação ao pai: Al Unser Jr. Ainda tem outros dois filhos de piloto que conseguiram ser campeões na Fórmula 1: Jacques Villeneuve e Damon Hill. São dois pilotos competentes, mas… Hill nunca foi melhor que seu pai Graham, o “Mister Mônaco”. Já Jacques caiu de pára-quedas inicialmente na Green e depois na Williams, duas equipes que eram as mais fortes de suas categorias na época. Quando teve um carro ruim, nunca mostrou nada de muito especial, como em sua 1ª corrida na Sauber, em Melbourne, onde não fez nada mais que segurar pilotos.
Isso fora os exemplos que não deram muito certo. O filho de Jody Scheckter, Tomas, combina velocidade, muitos acidentes e azares e, se continuar desse jeito, nunca vai conseguir ser campeão em lugar nenhum. Phil Hill deve ter puxado os cabelos com o desempenho terrível de seu filho Derek Hill na Fórmula 3000, mesmo guiando por boas equipes. Bruno Senna não é filho de Ayrton Senna, mas carrega o sobrenome. Sobrenome esse que não ajudou a evitar um acidente (em baixa velocidade, ainda por cima) com o Lotus de seu tio em uma apresentação preliminar ao GP Brasil do ano passado. Hoje, temos vários pilotos que são chamados de competentes, que até são, mas que não se sabe até onde é competência ou sobrenome. Markus Winkelhock, Stefano Fabi, Nicolas Prost, Nico Rosberg, Matthias Lauda (os dois últimos vão correr na GP2).
O caso de Nelsinho é o mais forte. É um ótimo piloto, indubitavelmente. Venceu, com méritos, dois campeonatos importantes de Fórmula 3. Mas não se deve negar que a ajuda que seu pai deu foi enorme. Claro, pode-se dizer que Nelsinho aproveitou muito bem essa oportunidade e cumpriu o que deveria ser feito, que era vencer com folga esses campeonatos, mas agora é que veremos como é que ele se comportará em uma equipe que não é 100% dele e inclusive com companheiro de equipe. Companheiro esse que sempre foi muito bem ajudado pelo fato de seu pai ser piloto e pela empresa farmacêutica do seu pai. Talvez Xandinho se saia melhor, pois não foi tão mimado, mas é algo ainda a se verificar, a partir da primeira etapa do campeonato, em Ímola. E eu espero que os “inhos” não sejam apenas “inhos” e virem os “ãos” que faltam para o automobilismo brasileiro atualmente.
GP DA AUSTRÁLIA: Confesso: dormi depois de umas 30 voltas. Tudo bem, eu estava tendo algumas noites insones e nada como uma corrida chata para me ajudar. Mas, pode-se dizer que foi surpreendentemente chata. Fisichella dominou de ponta a ponta e venceu. Trulli se afundou com o consumo alto de pneus de seu Toyota e terminou em 9°. Destaque para a Red Bull, que mostrou que sabe fazer um carro bom e bonito que consegue até fazer Coulthard e Klien andar bem. E também pra Barrichello. Se tivesse um carro tão bom como a Renault e se largasse um pouco mais à frente, teria brigado diretamente pela vitória. A McLaren fez uma corrida irreal e a Williams fez uma corrida boa demais pra ser verdade, na minha opinião. E Michael Schumacher, hein? Cadê?
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