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10 de março de 2006 22:00

Coluna do Joly: Mistério no ar

Por Luis Joly

Aos poucos aquele clima começa de novo. Todos estão procurando saber mais, as notícias já não são tão raras assim, e as imagens, cada vez mais freqüentes. A Fórmula 1 em 2006 ainda não começou pra valer, mas isso, só na tabela. Porque, fora dela, os testes já estão a todo vapor, e a imprensa fica em cima de pilotos e equipes, como já é costume nesta época do ano.

Para a categoria, um ano que definitivamente promete. Isso porque, pelo que vimos até agora, não há uma equipe muito à frente das demais. Bom sinal. Aliás, não só não há uma equipe à frente como o número de candidatos à vitória este ano aumentou. A Honda, sucessora da BAR, parece vir com muita força, contanto ainda com a experiência (será só isso?) de Rubens Barrichello. Já a Ferrari, antiga equipe de Rubinho, parece ainda não ter se encontrado totalmente. O que nos leva a crer que, parece, a supremacia vermelha que dominou a categoria máxima do automobilismo entre 2000 e 2004 chegou de fato ao fim. Mas ainda é cedo para dizer. Especialmente porque, a bordo do bólido italiano, está o maior piloto de todos os tempos – pelo menos, nos números. E o mais importante, ele está motivado, e determinado a provar que ainda pode ser campeão mais uma vez – a sétima. Temos ainda a McLaren, que ainda não se encontrou tanto com o carro deste ano. O problema alardeado aos quatro cantos pelo piloto da equipe Kimi Raikkonen seria o motor. Para dupla de pilotos da equipe, esperança de um ano melhor. O agressivo Montoya começou mal 2005, e não mostrou toda sua força. A nossa torcida é que, em 2006, ele consiga fazer o que fez no fim do ano. Se de fato isso ocorrer, é bom o finlandês Kimi Raikkonen ficar de olho – não terá vida fácil e privilégios como – ocasionalmente – teve em 2005. A briga promete.

Claro, ainda temos as demais equipes. Entre elas, a campeã atual. A francesa Renault é outra que não despontou nos testes. O que, pelo menos para eles, não quer dizer muito, já que notoriamente a McLaren foi superior durante boa parte da última temporada, e mesmo assim, a Renault levou a melhor. Fernando Alonso parece ter mostrado a Giancarlo Fisichella que realmente é o primeiro piloto. Vamos ver se, este ano, o italiano terá outra postura. Provavelmente será sua última chance em uma grande equipe. A Williams, nem de longe parece ser a equipe que um dia era cobiçada pelos maiores pilotos do certame – e que deu títulos para Nelson Piquet, Alain Prost e Nigel Mansell para depois dispensá-los. A equipe de Frank Williams busca mais uma reformulação – a dupla de pilotos mudou radicamente, e a entrada do jovem Nico Rosberg, filho do ex-campeão Keke, parece dar novos ânimos ao time. Mas só isso não será suficiente para conquistar vitórias. A BMW, que está de malas prontas para sair da garagem de Frank ao fim da temporada, é mais um motivo de preocupação para a equipe inglesa. Bons resultados este ano ajudarão o grupo a manter-se fortes em 2007. Já um ano ruim pode prever um cenário nada agradável.

Além das grandes, claro, as equipes chamadas “médias” continuam na luta por uma brecha no pódio – ou, ao menos, entre a zona de pontos. A Toyota fez um excelente 2004 e um razoável 2005. Vamos ver como vem este ano. O irmão caçula de Michael tem mais uma chance de provar seu talento – embora, em 2005, tenha ficado ofuscado frente ao talento de Jarno Trulli. A BMW Sauber – que ano que vem será apenas BMW -, ainda não terá força total, já que o investimento ainda é dividido com a Williams. Em 2007, devem vir mais fortes. E, em 2006, temos equipes estreantes – algo cada vez mais raro na multimilionária Fórmula 1. A Toro Rosso, uma forma de “enganar” a categoria dando o nome do energético que já está na RBR a uma outra equipe, chega ainda com poucas expectativas, apesar do glamour. E as “nanicas”, equipes que completam o grid, também estarão lá. Este ano, porém, sem a tradicional Minardi, a equipe italana que sobreviveu a tantos martírios, e sucumbiu. A Super Aguri, do ex-piloto japonês Aguri Suzuki, aparece no último minuto para fazer sua inscrição, sem ter ainda uma dupla de pilotos definidos (por um momento, cheguei a pensar que estávamos na década de 80, quando equipes surgiam tão rapidamente quanto desapareciam).

E para os brasileiros?

Nas últimas semanas, não se fala de outra coisa na Fórmula 1 – por aqui, logicamente – que não seja a Honda de Rubens Barrichello. Fica evidente, após a mudança, como Rubens tem o seu carisma. Pode até não ser, convenhamos, o de um campeão mundial como seus maiores antecessores, mas ainda assim é significativo. Com uma bagagem de 14 anos na carreira, Rubens vive a situação contrária de quando chegou à Fórmula 1. Vivia à sombra de Senna, e agora, faz sombra para Felipe Massa, que estréia na Ferrari, e que – curiosamente – mal aparece na mídia. Aliás, muito diferente de quando Rubens foi para a equipe de Fiorano, em 2000. De qualquer forma, o ano promete também para o país. A equipe de Barrichello está mostrando que a decisão de trocar o vermelho pelo preto e branco pode ter sido acertada. Vamos ver. E quanto a Felipe, a experiência adquirida valerá muito. Ocupa um dos mais cobiçados e –também- evitados lugar da Fórmula 1. Dividir equipe com Michael Schumacher não é fácil. A história nos mostra isso, uma história recente que pilotará o carro de número 11 este ano. Resta saber se com ele será diferente. Nós torcemos para que sim.

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