Tenho o hábito de ler textos de diversos colunistas, desde os consagrados até aqueles que, sabe-se lá porque, nunca tiveram a oportunidade de deslanchar em suas carreiras. E nos últimos dias comprovei que a maioria – para não dizer “quase todos” – já bolaram seu TOP- 10.
Para não continuar no time daqueles que ainda não fizeram, segue abaixo minha lista dos melhores pilotos da temporada 2003 de Fórmula 1. Decidi, entretanto, criar um TOP-10 diferente, trazendo as posições em ordem decrescente e em duas partes, para “detalhar” melhor os principais pilotos do ano.
10º Ralf Schumacher: Mais uma temporada repleta de (poucos) altos e (muitos) baixos. Embora tenha sido o único piloto que conseguiu pontuar nas 10 primeiras etapas do ano, Ralf só veio “emplacar” bons resultados à partir da oitava etapa, realizada no Canadá, quando chegou em segundo lugar. Nas provas seguintes (GP da Europa e França) venceu e deu a impressão que iria combater o irmão Michael. Pura ilusão. Após não pontuar em Silverstone e Hockenheim, Ralf perdeu espaço para o companheiro de Williams, Juan Pablo Montoya, na disputa pelo título.
Com 46 ultrapassagens, Schumacher foi o piloto que mais ultrapassou em 2003.
Parte delas aconteceram na etapa húngara, quando caiu para o fim do pelotão após um acidente na largada. Numa sensacional corrida de recuperação, o alemão executou várias ultrapassagens no travado circuito de Hungaroring e terminou a prova em quarto. Mas só isso basta…?
9º Jarno Trulli: Embora tenha ficado a segundo plano de Fernando Alonso, Jarno Trulli viveu em 2003 sua melhor temporada na Fórmula 1. Beneficiado pelo bom conjunto da Renault, o italiano mostrou-se rápido em treinos, largando 11 vezes entre os seis primeiros colocados. No duelo interno da equipe, Trulli terminou o ano empatado com o temido espanhol (8 a 8). Além do bom desempenho em classificações, o piloto de 29 anos também foi responsável por alguns duelos memoráveis, como em Hockenheim. Mesmo com a queda de rendimento de seu carro após o último pit, assegurou a terceira posição de forma fantástica, equalisando durante dezenas de voltas ataques constantes de Schumacher e Coulthard.
Dono de uma vaga desejada por muitos, Trulli sabe que não poderá Alonso “fugir” muito no próximo campeonato. Para isso, terá de buscar mais constância na pilotagem durante as corridas.
8º Cristiano Da Matta: A chegada de Cristiano da Matta à Fórmula 1 após o título da Fórmula CART foi cercada por um clima de incógnita. Entretanto quem acompanhou ao menos uma prova da temporada pôde notar que o brasileiro mostrou “a que veio”. Usando seu campeonato de estréia como um verdadeiro laboratório, Cristiano buscou sempre terminar as corridas. E foi bem sucedido nessa tarefa, completando 12 das 16 etapas do ano. Isso, entretanto, não impediu-lhe de conquistar bons resultados. Além do terceiro lugar no grid do GP do Japão, Kiki pontuou em quatro corridas e somou quase o dobro de pontos de seu companheiro de equipe, o experiente Olivier Panis (10 a 6). Assim como na F-CART, obteve um feito histórico para a Toyota. Em Silverstone, durante sua melhor apresentação na temporada, ficou na primeira posição por 15 voltas, sempre respondendo à altura a pressão de Kimi Raikkonen.
Acostumado a categoria e extremamente admirado pelos cartolas de uma equipe bastante disposta à investir na Fórmula 1, certamente muito mais virá em 2004.
7º Jenson Button: Assim como Da Matta, Jenson Button superou a desconfiança daqueles que classificaram seu bom rendimento em 2002 como mero “fogo de palha”. Criticado pelo ciumento Jacques Villeneuve no início da temporada, o inglês mostrou uma maturidade pouco comum para um piloto jovem (completará 24 anos em 17 de fevereiro). Além de evitar um combate direto com o canadense, Button tirou proveito da rivalidade, logo se tornando o número um da equipe e sendo fundamental na conquista do quinto lugar dentre os construtores. Em Indianápolis, fez a melhor apresentação da carreira, liderando por 15 voltas com asfalto molhado. Tinha lugar no pódio garantido até abandonar, devido à quebra do motor Honda.
Com a tendência de maior investimento na BAR e a entrada de um piloto que não lhe oferece grande rivalidade, o piloto da terra da Rainha certamente beliscará alguns pódios no próximo campeonato.