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9 de novembro de 2003 14:16

Coluna Grand Prix: O estresse que relaxa

Enquanto a F-1 descansa, alguns pilotos se divertem. Correndo. As 500 Milhas de Kart da Granja Viana, em São Paulo, aos poucos vai tomando o lugar de uma outra competição semelhante, em Bercy, subúrbio de Paris, que se tornou famosa exatamente por atrair algumas das principais estrelas do automobilismo ao fim de cada temporada internacional. A prova brasileira está no seu sétimo ano e já reúne, este fim de semana, pilotos como Rubinho Barrichello, Juan Pablo Montoya, Felipe Massa, Antonio Pizzonia, Tony Kanaan, Alex Zanardi, Felipe Giaffone, Christian Fittipaldi, Jimmy Vasser, Michel Jourdain Jr., Oriel Servia, Luciano Burti, os irmãos Ricardo e Rodrigo Sperafico, Mário Haberfeld, Marco Andretti (filho de Michael e neto de Mario Andretti) e Nicolas Todt (filho de Jean Todt, diretor-esportivo da Ferrari) entre os 313 inscritos para a corrida que começa às 22h30 de sábado (8) e terá duração máxima de 12 horas.

Assisti a todas as edições das 500 Milhas e o clima é aquele mesmo dos tempos românticos das longas corridas noturnas de Interlagos, onde aprendi a admirar Emerson e Wilsinho Fittipaldi, José Carlos Pace, Bird Clemente, Jan Balder, Camilo Christófaro, Marinho Camargo e Ciro Cayres, entre tantos outros ídolos de meus primeiros momentos de gasolina. A largada é um momento mágico que, este ano, terá 70 karts. Mas durante toda a madrugada a correria é enorme, na pista e nos boxes. As equipes têm até lugar onde os pilotos possam descansar, mas todos preferem ficar acordados. E seja quem for, famoso ou desconhecido, o piloto se mistura com os mecânicos na hora da necessidade. Todo pit stop acaba precisando da ajuda da equipe inteira. A briga é pela vitória, como em qualquer corrida, há o estresse dos pit stops, das quebras, dos berros e da correria. Mas, no fundo, é disso que eles gostam. Por mais incrível que pareça, este é o estresse que relaxa.

O trio Rubinho/Massa/Kanaan, que venceu ano passado, está junto de novo. Eles formam a equipe Shell com Marco Andretti. É uma das favoritas. Rubinho e Kanaan já venceram quatro vezes e Massa, duas. Christian Fittipaldi também é bi. Mas a concorrência é maior nesta 7ª edição da prova. Tem a equipe formada por Montoya, Pizzonia, Danilo Dirani (atual campeão sul-americano de F-3) e Paulo Carcasci. Felipe Giaffone correrá ao lado de Luciano Burti. E uma das maiores atrações será a equipe dos estrangeiros Zanardi, Vasser, Jourdain Jr. e Servia. Dois anos depois do acidente que lhe custou as pernas em Lausitzring, pela Cart, Zanardi voltou a competir na última etapa do Campeonato Europeu de Turismo (ETCC), em Monza, e agora disputa as 500 Milhas com um kart adaptado, com acelerador e freio acionados manualmente. Os companheiros de Zanardi usarão um kart normal.

Para tentar derrotar todas estas estrelas, há um quarteto de ex-kartistas, hoje disputando a Fórmula Renault, formado por Marcello Thomaz, Gustavo Sondermann, Patrick Rocha e Diego Nunes. A mudança dos motores e dos chassis, do novo regulamento que vigora a partir deste ano, favorece quem deixou o kart há pouco tempo. Até o ano passado corria-se com dois motores de 5,5 hp cada um, e agora será utilizado um único motor de 13 hp. Quanto aos karts, foi liberado o uso de chassi de competição, em substituição aos de kart indoor. Com isso, a corrida se tornará mais veloz. Há também uma nova regra de reabastecimento. O máximo de combustível a ser usado em cada parada é 7 litros, o que diminui de duas para uma hora e meia o tempo de autonomia de cada kart na pista. Se todos os karts completarem as quase 12 horas de corrida (habitualmente metade chega ao final), serão consumidos 4,5 mil litros de combustível e 840 pneus (se não chover). Segundo o regulamento, cada piloto pode fazer o máximo de três horas por turno, com uma de descanso. A previsão é de 8 a 9 pit stops para cada equipe.

Seis na briga – A Stock Car pode ter um novo campeão neste fim de semana, quando será disputada no circuito semi-oval de Curitiba a penúltima corrida de 2003. Seis pilotos têm chances matemáticas, mas o paranaense David Muffato, com uma vantagem de 19 pontos para Ingo Hoffmann e 23 para Cacá Bueno, já descontados os descartes, é o favorito. Por enquanto, com 50 pontos em jogo em duas corridas (Curitiba e São Paulo), também estão na briga Guto Negrão (29 pontos atrás do líder), Antonio Jorge Neto (38) e Giuliano Losacco (47). David quer encerrar o assunto agora. Os outros cinco sonham em levar a decisão para Interlagos, dia 30, com transmissão ao vivo da TV Globo.

Sai o campeão? – A penúltima prova do campeonato brasileiro de Fórmula Truck, neste domingo em Tarumã, pode definir o título em favor de Djalma Fogaça, que acaba de renovar seu contrato para continuar defendendo a Ford em 2004. O acerto foi fechado com o diretor da Ford Caminhões, Flávio Padovan, que também concorre a um título muito importante, como um dos finalistas ao prêmio Personalidade do Ano, da revista AutoData.

Massamania – O leitor Sidney dos Santos, de São Paulo, acredita que Felipe Massa irá provar na Sauber o amadurecimento que teve trabalhando com a Ferrari durante o ano todo, e espera que, assim como aconteceu com os espanhóis, que criaram a “Alonsomania”, aconteça também a “Massamania”. Paulo Márcio, de Pouso Alegre (MG), fã do finlandês Kimi Raikkonen, deixa no ar a dúvida: “como teria terminado o campeonato se, por duas vezes, Raikkonen não tivesse sido tirado da corrida na largada?”

Comentarista das corridas que são transmitidas pela Rede Globo de Televisão.

Escreve colunas para o jornal “O Estado de São Paulo” há 10 anos, que são publicadas todas as sextas-feiras.

Leme é colunista da F1Mania.net desde o dia 08/08/2003.

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