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30 de janeiro de 2004 14:08

Coluna Grand Prix: A arma vermelha

O diretor-técnico Ross Brawn dizer que o novo F2004 é o melhor carro que a Ferrari já fez não é novidade. Ele disse a mesma coisa dos modelos de 2000, 2001, 2002 e 2003. No dia em que o Schumacher disser deste novo carro o que ele mesmo disse do F2002 na primeira vez que o testou, as rivais podem tirar os seus muitos cavalos da chuva porque a coisa vai engrossar. Mas não acho que o alemão tenha essa expectativa, tanto que na volta aos treinos ele começou o trabalho com o carro do ano passado.

De qualquer forma, embora o F2004 tenha decepcionado àqueles que esperavam um carro revolucionário e, particularmente, a imprensa italiana, que contava com a inclusão da sigla EF em homenagem a Enzo Ferrari (no ano passado a equipe aplicou o GA em referência a Gianni Agnelli, o homem que comandou a Fiat por mais de meio século), como dizem Schumacher, Barrichello, Ross Brawn e Rory Byrne (projetista) num discurso bem afinado, um carro vencedor como o do ano passado não poderia sofrer modificações radicais. Ainda assim, embora tenha a mesma cara do F2003-GA, quase tudo foi redesenhado para receber o novo motor 053 e uma nova caixa de câmbio de titânio.

O importante é que agora a Ferrari também já tem a sua nova arma para enfrentar os novos Williams FW26 e McLaren MP4-19 na briga pelo título de um campeonato que promete ser o mais disputado dos últimos anos. Embora o próprio Byrne, que assina a criação, admita que, daqui por diante, o carro passará por tantas modificações que até o grid de largada do campeonato no dia 7 de março poderá ter outra cara. Como única das atuais equipes, presente já em 1950 na disputa do primeiro Mundial de F-1, a Ferrari chega agora a 50 modelos produzidos em 55 anos de campeonato. De todos eles, por ter conquistado 15 vitórias em 17 corridas e conquistado o título somando o mesmo número de pontos de todas as rivais em conjunto, o F2002 é o melhor carro da história da equipe italiana.

Mesmo voltando aos treinos com o velho F2003-GA, Schumacher mostrou que a Ferrari virá com a competitividade em alta quando o campeonato começar. O recorde da McLaren na pista de Valência, que causou tanto espanto na retomada dos testes em 2004, foi logo para o espaço. Num mesmo dia, Schumacher detonou este recorde em 268 milésimos e ainda superou os dois rivais da Williams. No dia seguinte foi superado por Montoya em 111 milésimos, e dois dias depois por Pizzonia, que agora é o novo recordista da pista com 1m09s161. Pizzonia andou 157 milésimos abaixo de Montoya, e 251 abaixo de Schumacher.

Esportes perigosos

Entre os amigos que estiveram com o Galvão durante sua estada no hospital, ficou uma certeza: o Albert Einstein nunca mais será o mesmo depois desta passagem dele por lá. Fora as visitas que tornavam cada noite uma autêntica “festa”, de lá ele participou ao vivo de tudo quanto é programa de rádio e TV, e até do Jornal Nacional. Mas o melhor de tudo foi o seu relacionamento, carinhoso e engraçado, com enfermeiros e atendentes, que já entravam no quarto rindo das bobagens que eles sabiam que iriam ouvir. Com três placas e 17 parafusos para a recomposição das fraturas múltiplas no braço esquerdo, Galvão deverá enfrentar ainda um tempo de recuperação, mas estaremos juntos em Melbourne na abertura do Mundial, e eu acredito que ele tenha aprendido a trocar os esportes perigosos pela Fórmula 1.

Novo protegido

Entre os cinco nomes selecionados pela Renault no programa de desenvolvimento de pilotos (Renault Driver Development) de 2004 está o do brasileiro Lucas di Grassi, 19 anos de idade, atual vice-campeão sul-americano de F-3 e que vai disputar o campeonato inglês pela HiTech Racing. Além de Lucas, farão parte do RDD o argentino José-Maria Lopez e o finlandês Heikki Kovalainen, que já estavam no programa, o belga Jérome d’Ambrosio, o holandês Giedo van der Garde e o francês Loic Duval.

Bom começo

É de Gustavo Sondermann a primeira vitória brasileira em provas internacionais em 2004. Ele venceu de ponta a ponta na Fórmula Renault norte-americana, em Sebring.

IRL derrotada

O que garantiu o ganho de causa da Open Wheel Racing Series (OWRS) na decisão sobre quem ficaria com o espólio da CART, nesta quarta em Indianápolis, foi o fato de o juiz Frank J. Otte ter entendido que a intenção da Indy Racing League era apenas aproveitar os contratos já assinados com promotores de algumas corridas, sem se importar com a sobrevivência da Champ Car World Series. A OWRS anuncia em breve pilotos, equipes, patrocinadores, cobertura de TV e o calendário do campeonato que começa em 18 de abril em Long Beach.

Do 80 ao 8

Nunca pensei em me ver um dia num spa. Vim para acompanhar milha filha Camila, mas em poucos dias já aprendi o que é viver saudavelmente no Spa São Pedro, em Sorocaba. Depois daquele convívio das férias na praia com amigos que só pensam em bar, nada melhor do que uns dias com gente que respira saúde, amigos novos que estão aqui para se ajudar e ajudar os outros, pessoas gentis que aprendem a chamar cada um pelo nome em apenas um dia, e a supervisão atenta do Francisco, que dirige este seu empreendimento com tanta seriedade. Dormir e acordar cedo, nadar, correr, malhar, jogar tênis e comer pouco (só não precisava ser tão pouco). Mas, apesar da enorme distância das costelinhas que o Washington Bezerra fazia em Pauba, dá pra acostumar e, acima de tudo, aprender que é um exagero o que se come normalmente. Acho que, assim como o amigo Mário Prata, fui fisgado por essa coisa de spa para sempre.

Reginaldo Leme

Comentarista das corridas que são transmitidas pela Rede Globo de Televisão.

Escreve colunas para o jornal “O Estado de São Paulo” há 10 anos, que são publicadas todas as sextas-feiras.

Leme é colunista da F1Mania.net desde o dia 08/08/2003.

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