Por Luís Joly
O GP da Espanha era disputado, até 1990, em Jeréz de la Frontera. Um traçado desafiador, mas que gerava muitas críticas pela dificuldade que os pilotos tinham para ultrapassar. Em 1991, com muitas pompas, a trupe da F-1 mudou-se para Montmeló, região próxima à Barcelona, para a nova casa da prova espanhola. Um traçado moderno, veloz, com muitas promessas de casar com os tempos modernos que a categoria vinha vivendo. De cara, ganhou a atenção das equipes, que passaram a fazer testes de pré-temporada por ali.
Naquele mesmo ano, quem não se lembra, Ayrton Senna e Nigel Mansell protagonizaram uma das cenas antológicas da história moderna da categoria. O duelo roda com roda entre os dois marcou aquela temporada e o início do domínio da Williams e da tecnologia dominante nos carros.
O problema é que aquela foi, basicamente, a única emoção de Barcelona desde então.
Nem mesmo neste maluco ano, em que os pneus se destroem em poucas voltas, com asa móvel e KERS, o cenário mudou. Barcelona, bravamente, resistiu, oferecendo, senão uma corrida chata, bem menos emocionante que as anteriores da temporada.
As novas regras da F-1 revelam quais pistas são as chatas. Até agora, Melbourne e Barcelona foram reprovadas. Mônaco também não deve ter ultrapassagens, mas fica no calendário pela tradição. Quais serão as próximas reprovadas?
RETA OPOSTA
O drama da Ferrari
Com o recente anúncio da renovação do contrato de Fernando Alonso até 2016, fica claro o plano de lonfo prazo que a equipe italiana tem com o asturiano. Qualquer semelhança com Schumacher não é coincidência. O piloto vem de um bi-campeonato seguido pela Renault. Michael veio de um bi-campeonato seguido pela Benetton, que daria lugar à Renault. O companheiro de equipe também é brasileiro. Porém, a alta cúpula do time italiano só não lembrou é de avisar o resto o time desse plano. A Ferrari vai ter que suar muito para voltar às glórias daqueles tempos.
O desprezo de Vettel
Sebastian Vettel podia ter quebrado um dos poucos recordes ainda existentes de Ayrton Senna. Não deu a mínima. Não marcou a pole e economizou pneus para a corrida. Ou seja, o regulamento de Bernie Ecclestone tem aí um furo. O treino classificatório sempre foi o momento em que os pilotos davam o máximo de sim em voltas limpas. O momento em que apenas a velocidade era o mais importante. Com a nova regra, tudo isso se perde. Uma pena.
O martírio de Massa
Massa começou bem a temporada. Mas já se perdeu. A posição de segundo piloto está mais clara do que jamais foi. Se o brasileiro ainda tem pretensão de título, é melhor buscar uma nova casa logo, logo.