A semelhança entre as pistas de Hungaroring e Montecarlo certamente é motivo de empolgação para aqueles que esperam não ver mais um triunfo de Michael Schumacher, nesse domingo. Ou, ao menos, uma disputa mais acirrada pela vitória. Apesar de algumas alterações, ocorridas no ano passado, a sede do GP da Hungria possuí um circuito travado, assim como Mônaco, palco da única prova que o alemão não faturou em 2004. E a principal ameaça virá da Renault, vencedora da etapa de 2003 com Fernando Alonso.
Naquele fim de semana, Alonso teve uma participação irretocável. Pole no treino classificatório, Fernando barbarizou a concorrência, liderando do início ao fim. Além disso, no 61o. giro – de 70 previstos – deu uma volta sobre Michael Schumacher, feito raríssimas vezes ocorridos na carreira do hexacampeão. Depois daquele 24 de agosto, houveram 14 corridas, com amplo domínio ferrarista: foram 13 vitórias, 12 com Schummy e uma com Rubens Barrichello. A única intrusa na festa do time de Maranello foi justamente a Renault, com o primeiro lugar de Jarno Trulli em Mônaco.
Logicamente, muito mudou desde a conquista do espanhol. A excelência do modelo F2004 fez a Ferrari novamente voltar a “monopolizar” os resultados, algo que não ocorrera com o F2003 no campeonato anterior. Apesar disso, a Renault tem carro para atormentar Schumacher em Budapeste. E até mesmo para vencer. O fato de possuir um excelente controle de tração é algo positivo em qualquer circuito, especialmente Hungaroring, onde a retomada de velocidade após a saída das curvas é fundamental. O chassi também mostrou-se bastante equilibrado ao longo do ano. Além disso, as temperaturas sempre acima dos 30oC, marca registrada da Hungria nessa época, é algo que favorece os compostos macios da Michelin.
Vale ressaltar ainda a boa fase de Fernando Alonso. Após diversos erros e abandonos na primeira metade do campeonato, o piloto reencontrou sua melhor pilotagem. Na França fez a Pole e lutou com Schumacher pela vitória. Com a renovação de contrato até o final de 2005, o espanhol também guiará tranqüilo. Preterido na equipe pelo compatriota Giancarlo Fisichellapara o próximo ano, a incógnita fica por conta de Jarno Trulli. Essa será sua primeira corrida após o anuncio oficial e resta saber se o italiano está psicologicamente abalado.
Teste de fogo
A prova em Hungaroring servirá como teste para o McLaren MP4/19B. Até o momento, o carro empolgou com bom rendimento em Silverstone e Hockenheim, circuitos reconhecidamente velozes. No traçado hungáro, onde bom ajuste de chassi vale mais que potência do motor, será interessante notar a combatividade do time de Woking Surrey.
Strikes doloridos
A área dos boxes parecia ter virado palco de um partida de boliche durante as 400 Milhas de Michigan, nona etapa da temporada 2004 da IRL, realizada no último dia 1o. Somente na corrida, três mecânicos foram atropelados, cada um em acidentes distintos. Felizmente nenhum feriu-se gravemente. O “campeão do dia” foi o mexicano Adrian Fernandez, com dois incidentes. Já o “vice” ficou com o sul-africano Tomas Scheckter. Entretanto o que parece barbeiragem possuí explicação técnica. Como os freios são raramente utilizados pelos pilotos nos superspeedways, geralmente costumam chegar abaixo da “temperatura ideal” no momento do pit. Daí a travada, na maioria das vezes, torna-se inevitável.
Por essas e outras, tenham certeza de que jamais irei trabalhar na troca de pneus ou reabastecimento de qualquer categoria.