BRKsEDU na Fórmula E: ePrix da Cidade do México

Por Eduardo Benvenuti – BRKsEDU

 

Recentemente tive a oportunidade acompanhar de perto a Formula E, no ePrix do México, diretamente dos boxes da ABT Schaeffler Audi Sport. Foi um convite que partiu do Lucas di Grassi como retribuição ao apoio que venho dando a ele nas redes sociais.

Venho acompanhando a Formula E desde o início da categoria, então foi incrível ver de perto como ela funciona. Algo que me chamou a atenção logo que cheguei aos boxes da ABT Schaeffler Audi Sport foi o tamanho do carro. Pela transmissão os carros dão a impressão de serem pequenos, porém na realidade eles têm basicamente o mesmo tamanho de um Formula 1 – inclusive, o desempenho dos carros é formidável, fazendo de 0 a 100km/h em 2.9s, e com bastante aderência em curvas apesar da utilização de pneus de carros de rua ao invés de pneus de corrida.

Outra noção que temos pela transmissão da Formula E é que os carros são silenciosos, o que não é verdade. Obviamente eles não fazem nem de perto o barulho que carros tradicionais de corrida fazem, porém são facilmente ouvidos ao longo do autódromo.

Achei interessante o quão compactas as equipes são: contei apenas cerca de 15 a 20 pessoas, incluindo os pilotos, trabalhando nos boxes ABT Schaeffler Audi Sport ao longo do fim de semana – fica claro que é uma categoria barata se comparada a muitas outras. Isso, aliado ao fato de que muitas das tecnologias desenvolvidas na categoria podem ser aplicadas em veículos de rua tem atraído muitas montadoras para a Formula E.

Como na categoria todas as atividades são enxutas e ficam concentradas no sábado, com exceção do shakedown na sexta-feira, há uma grande preocupação de se fazer tudo funcionar em cada oportunidade de colocar os carros na pista. Especialmente porque a classificação é feita com potência máxima, 200kW, mas na corrida os carros podem andar com até 170kW de potência apenas.

Algo que a Formula E vem fazendo muito bem é a utilização do seu website e das redes sociais na divulgação da categoria. Parte disso é o FanBoost, que é uma potência extra (push-to-pass) que os três pilotos mais votados nas redes sociais ganham para utilizar uma única vez na prova, e que só pode ser acionado no segundo carro do piloto. Digo segundo carro pois na Formula E os pilotos trocam de carro no meio da prova, já que as baterias dos carros não aguentam um ePrix inteiro.

Em relação a corrida específica do México, foi muito emocionante acompanhar de perto o Lucas di Grassi e torcer por ele, que foi extremamente atencioso sempre que tinha um tempo livre. Acho impressionante o quão rápido ele é, especialmente ao compararmos seu desempenho com o do Buemi e do Prost, ambos na Renault e.dams, que conta com os carros mais velozes do grid.

Antes da corrida tive a oportunidade de andar de passageiro no Safety Car, uma BMW i8 que é pilotada pelo português Bruno Correia. Foi a primeira vez que senti o gostinho de uma força G de carro de corrida – fico imaginando a sensação de andar num monoposto de alto nível.

Assisti ao ePrix todo dos boxes da ABT Schaeffler Audi Sport, e fiquei bastante emocionado pelo fato do Lucas ter conseguido assumir a liderança da corrida graças ao FanBoost que eu o ajudei a obter. Ao término do ePrix, corri dos boxes até o local onde o Lucas parou seu carro, e lá recebi um abraço e um muito obrigado delo pelo apoio que lhe dei. Em seguida, parti para a premiação no podium, e depois retornei aos boxes da ABT Schaeffler Audi Sport. Lá, tomei do champagne da vitória e tirei fotos com o troféu de primeiro lugar. Em poucos momentos da vida estive tão feliz – foi tudo realmente muito emocionante.

Algumas horas depois, chega a notícia de que o Lucas foi desclassificado da prova pois seu carro estava 1.8kg abaixo do peso permitido. Eu fiquei absurdamente decepcionado, difícil até descrever o quão frustrado fiquei – imaginem então o quão difícil foi para a equipe e, principalmente, para o Lucas, receberem a notícia.

De qualquer forma, foi uma oportunidade incrível acompanhar o Lucas di Grassi e a ABT Schaeffler Audi Sport de perto. Ainda me vem uma tristeza à mente em função da desclassificação, mas guardo mais memórias boas que ruins da minha ida ao México, e confio na capacidade do Lucas como piloto em reverter a situação. E, no fim das contas, é como ele mesmo disse em seu Instagram: “Memories will stay forever”.