Fórmula E terá carro elétrico, ex-pilotos da Fórmula 1 e participação dos fãs

Chamam-lhe a Fórmula 1 elétrica. A Fórmula E é o primeiro campeonato do Mundo de carros completamente elétricos. A competição começa neste sábado em Pequim, com a primeira de dez corridas em circuito de rua e regras novas, como um acréscimo de potência atribuído por votação do público a alguns pilotos.

Os 20 pilotos do novo Campeonato de Fórmula E terão desde cedo que se habituar a eventos de apenas um dia, ou seja, os treinos livres (45 minutos + 30 minutos), a classificação (55 minutos) e a corrida (mais ou menos uma hora) acontecem todos no mesmo dia.

O primeiro é já amanhã (sábado), em Pequim.

Na classificação, cada piloto poderá usar apenas um dos dois carros à sua disposição, mas com potência máxima (200 kwatts, o equivalente a 270 cavalos de potência). O pelotão é dividido em quatro grupos de cinco pilotos, e os pilotos de cada grupo têm dez minutos para tentar conseguir a “pole position”, que lhe dá logo três pontos no campeonato.

Na corrida, a potência do carro é restringida a 150kwatts (cerca de 202 cavalos) e cada piloto terá obrigatoriamente que parar nos boxes para trocar de carro. Três pilotos, escolhidos por votação do público, terão à sua disposição um “FanBoost”, um acréscimo de potência de cinco segundos por carro por corrida (para 180 kwatts, ou 243 cavalos de potência).

A parada nos boxes para troca de carros não dá direito às equipes de trocarem pneus (salvo em caso de furos) ou carregar as baterias dos carros.

A pontuação seguirá o sistema padrão da FIA: 25 para o primeiro, 18 para o segundo e em ordem decrescente até o 10º classificado, que recebe um ponto. Por outro lado, o piloto que conseguir a “pole position” ganha três pontos e o autor da volta mais rápida da corrida recebe dois pontos.

Quanto às especificações técnicas, a tarefa estará facilitada para os fãs. Todas as equipes vão usar o mesmo carro, o carro Spark-Renault SRT-01E, com “chassi” da marca italiana Dallara, motores elétricos e eletrônica da McLaren e baterias da Williams.

Ao contrário dos carros de fórmulas habituais, o Spark-Renault SRT-01E tem dois monocoques: um para proteger o piloto e outro para proteger o conjunto da bateria, um elemento altamente incendiável em caso de impactos.

Os pneus de todos os carros são da Michelin e têm ranhuras (como os carros tradicionais), enquanto as caixas de câmbio (de cinco marchas) são todas da Hewland.

Quanto a performances, o SRT-01E atinge velocidades máximas de 230 km/h e acelera dos 0 aos 100 km/h em 2,5 segundos.

O campeonato é composto por 10 equipes de dois pilotos cada, incluindo pelo menos nove ex-pilotos de Fórmula 1 (Nelson Piquet Jr., Sébastien Buemi, Bruno Senna, Nick Heidfeld, Jarno Trulli, Jaime Alguersuari, Lucas di Grassi, Jean d’Ambrosio e Franck Montagny).

Juntando Nicolas Prost, o pelotão conta com dois filhos de ex-campeões do Mundo de F1 – Nelson Piquet e Alain Prost -, além de um sobrinho de Ayrton Senna.

A FIA escolheu dez circuitos de rua por considerar que o carro elétrico é o veículo urbano do futuro, além de que um evento de rua de um dia só é mais barato para a organização.