Análise – Entrada de McLaren mostra força da Extreme E em uma temporada

A McLaren pegou muitos de surpresa ao anunciar sua entrada no grid da temporada 2022 da Extreme E. O movimento da equipe inglesa não mostra apenas o interesse em se diversificar no esporte a motor como também a força que a categoria elétrica mostrou em apenas duas corridas da primeira temporada.

O certame nasceu neste ano após idealização de Alejandro Agag, fundador também da Fórmula E. O principal objetivo é trazer conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas ao redor do mundo e para isso, realiza suas corridas em locais bastante afetados.

Até o momento, apenas duas etapas do calendário foram realizadas. A primeira parada foi na Arábia Saudita para o xPrix do Deserto, enquanto a segunda disputa foi o xPrix do Oceano no Senegal. Em ambas provas foi a Rosberg X Racing, time de Nico Rosberg, quem saiu vencedor.

Zak Brown Alejandro Agag McLaren Extreme E
Zak Brown e Alejandro Agag (Foto: Divulgação)

E com duas das seis corridas programadas, a McLaren já percebeu o sucesso da Extreme E. Zak Brown, diretor-executivo da equipe de Woking, apontou a importância da consciência trazida pelo certame, além da competitividade, boas corridas e a ajuda em trazer atenção para assuntos cada vez mais importantes.

Mas não é apenas a McLaren e seu compromisso que atestam o sucesso da categoria. Só em seu primeiro ano, o grid conta com importantes nomes nos bastidores como os campeões Rosberg, Lewis Hamilton e Jenson Button, todos chefes de equipe. Ainda, Jean-Éric Vergne também está envolvido com a Veloce Racing.

Mas na pista também são grandes nomes que marcam a presença. Jamie Chadwick, Carlos Sainz, Laia Sanz, Sébastien Loeb são alguns dos pilotos que aceleram o Odyssey 21 em praças altamente afetadas pelas mudanças climáticas. Ainda, times como Abt, Ganassi e Andretti também estão no grid.

Com formato inovador, a Extreme E rema contra a corrente do automobilismo. Enquanto categorias, apesar de buscarem mudanças, ainda causam tantos impactos com motores a combustão, viagens de avião e produção excessiva de materiais como pneus, o certame de SUVs elétricos é o oposto.

Análise - Entrada de McLaren mostra força da Extreme E em uma temporada
Divulgação/Fórmula E

Além de o Programa do Legado, em que busca deixar impactos positivos em todos os locais em que passa, conta com o navio Santa Helena, que transporta todo o material para as etapas e serve de paddock central ao longo do final de semana. Ainda, conta com uma célula de combustível de hidrogênio que carrega os carros com zero emissão de energia.

Foram apenas duas corridas da primeira temporada de sua história. Entretanto, a Extreme E já deixou claro que vai marcar o esporte a motor e deixar grande legado nos próximos anos, e se mais equipes como a McLaren decidirem seguir o caminho juntos, a tendência é ir cada vez mais longe e adiante.