Categoria: Fórmula E
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22 de abril de 2021 12:49

F1 e Fórmula E correndo juntas? Opção divide opiniões nos bastidores das duas categorias

De tempos em tempos (com uma regularidade absurda), o assunto sobre a possibilidade de união entre Fórmula 1 e Fórmula E surge nos bastidores das duas categorias. E como sempre, as opiniões de ambos lados são bem distintas.

De acordo com o site britânico The Race, recentemente aconteceu um encontro entre o atual diretor-executivo da F1, Stefano Domenicali, e o fundador da Fórmula E Alejandro Agag, onde foi discutido a possibilidade de ambas as categorias dividirem os finais de semana em um futuro próximo.

Não faz muito tempo que em uma entrevista ao jornal espanhol Marca, Alejandro Agag já havia mencionado a respeito dessa possibilidade, porém deixou claro que os valores que cada uma das categorias utiliza em um fim de semana são totalmente diferentes, o que poderia gerar um impasse. Além disso, o fundador da Fórmula E relatou ao jornalista argentino Diego Bustos que os acionistas da categoria são contrários a ideia.

“Há muita conversa sobre uma aproximação entre F1 e FE. Estou me esforçando por isso, gosto da ideia, é algo que eu amo, mas agora os acionistas não estão a favor. Continuarei insistindo e batendo a cabeça contra o muro, vamos ver o que acontece no fim”, explicou Agag.

Não é só os acionistas da Fórmula E que são contrários a esta ideia. O atual CEO da competição de carros elétricos, Jamie Reigle, também se mostrou contrário a este plano, pois acredita que as diferenças entre os dois campeonatos impossibilita algo do tipo.

“Fórmula E e F1 são dois esportes completamente diferentes que têm apelos diferentes e vários pontos de diferenciação. Correr nas cidades está em nosso DNA e somos comprometidos com essa vertente especial da Fórmula E”, comentou Reigle, deixando claro a importância de permanecer correndo nos grandes centros para o mundial de carros elétricos.

“Ambientes urbanos são parte fundamental do futuro guiado pelos veículos elétricos e soluções sustentáveis de mobilidade. Durante a pandemia, consideramos sair do modelo baseado em correr nos grandes centros para usar mais pistas fechadas, mas se fizermos isso [de vez], não será mais a Fórmula E”, completou Reigle.

De fato, há tempos se discute dentro da Fórmula E a possibilidade de começar a trocar as ruas dos grandes centros pelos circuitos permanentes, mas sempre é deixado claro por boa parte dos acionistas o quanto isso modificaria a identidade da competição, já que em seu DNA, está a promoção da mobilidade elétrica nas principais cidades do planeta.

Do outro lado do muro, a ideia é bem aceita…

Sempre que se discute a ideia de uma fusão entre Fórmula E e F1, as pessoas ligadas a principal categoria de automobilismo do planeta deixam claro que a resposta a isso é não, e ponto final. Afinal de contas, são 70 anos de história e uma marca consolidada por todo o mundo, porquê mudar isso?

Mas a ideia das duas competições dividirem um mesmo fim de semana já é vista com outros olhos. Chefe da Mercedes na F1, Toto Wolff se mostrou favorável ao plano, mas levando esse conceito as corridas de rua já existentes no calendário da F1.

“Não tenho certeza sobre uma fusão, até porque existe uma questão legal. Ao mesmo tempo, acho as pistas de rua da Fórmula E espetaculares e eu consigo imaginar esses carros correndo com a Fórmula 1 em Mônaco ou Singapura”, comentou Wolff.

Presente em Roma para acompanhar o fim de semana da Mercedes Benz EQ pelas ruas da cidade italiana há duas semanas atrás, Wolff comentou sobre o formato atual da Fórmula E

“É um formato interessante. Correr nas cidades é muito bom, mobilidade elétrica é muito bom. Há aspectos positivos aqui [na FE], que para mim é como uma start-up, com a Fórmula 1 como uma companheira mais madura. As duas são importantes e você precisa avaliar se são coisas que se adequam à estratégia de marketing, que é algo que consideramos o tempo todo. Precisamos ver o que vai acontecer por aqui no futuro.”

Quem também se mostrou favorável a essa possibilidade dos dois mundiais dividirem um fim de semana foi o presidente da FIA, Jean Todt, mas com as mesmas ressalvas apresentadas por Reigle: “Algo assim pode funcionar, mas a Fórmula E também precisa manter seu rosto futurístico próprio.”

Por enquanto, o que se sabe é que a Fórmula E tem a exclusividade pela tecnologia de monopostos elétricos e por isso, levará quase duas décadas para qualquer outra categoria de fórmula poder usufruir desta tecnologia. Enquanto isso, a F1 já trabalha com a possibilidade de adotar um novo regulamento técnico em 2025 que priorize um novo tipo de combustível sustentável, visando a emissão zero de carbono até 2030.

 

 

 

 

 

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