A Fórmula E está de volta para sua terceira temporada, quando a categoria foi criada com carros elétricos em 2015 e a cada edição está ganhando destaque e notoriedade no mercado internacional, contando com bom público em circuitos de rua e movimentado o espetáculo e as disputas entre os pilotos reunindo provas em cinco continentes em 2016 e 2017. Além de promover a sustentabilidade e apresentar tecnologia mais limpa e viável ao planeta através das grandes marcas no mercado mundial.
A categoria baseada em carros eletrônicos surgiu há dois anos, sob a desconfiança com relação as disputas sobre a competição de chassis e pilotos já terem disputado em outras grandes categorias, como exemplo, as Fórmulas 1 e Indy, além de DTM e WEC que são de turismo. Com a evolução e a inovação aos poucos nas pistas a desconfiança deu lugar as grandes disputas, no qual já tivemos dois campeões mundiais. O brasileiro Nelsinho Piquet faturou o campeonato de estreia no primeiro ano, no qual o calendário se iniciou em 2014 e terminou no ano seguinte ao derrotar o suíço Sebastian Buemi. Na segunda edição foi o próprio Buemi quem sagrou-se campeão ao derrotar outro piloto brasileiro, trata-se de Lucas Di Grassi que possui larga experiência por ter sido o primeiro piloto em poder guiar o carro da categoria e aparece como um dos postulantes ao título.
Serão ao todo nesta terceira temporada 12 etapas que se inicia neste domingo, dia 9 de outubro no circuito de rua em Hong Kong e termina no dia 30 de julho 2017 com a prova em rodada dupla em Montreal, no Canadá. A Fórmula E irá percorrer por cinco continentes apresentando todo panorama que cerca a categoria visando atrair novos público e garantir firmar em ser uma categoria top aos amantes do automobilismo. O campeonato se inicia com 20 pilotos e 10 equipes com regulamento mais aberto e desenvolver inovações na comparação com à Fórmula 1. Outra novidade e interessante é o novo chassi que possui na parte da frente um bico mais alto e largo com design mais elegante diante o espetáculo promovendo também a segurança dos competidores.
BMW e Jaguar são duas grandes novidades
A Jaguar confirmou sua entrada na categoria ao anunciar no mês passado e herdou a vaga deixada pela equipe do ex-piloto de Fórmula 1, Jarno Trulli após informar que desistiu de competir e isso proporcionou a marca inglesa pudesse planejar e realizar na construção dos carros e as unidades de força acopladas nos chassis. A confirmação da entrada da equipe foi firmada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), no dia 1de junho e o objetivo de poder adquirir o máximo de experiência ao longo das provas, já que trata-se de um time novato. A Jaguar retorna as competições após 12 anos quando deixou o projeto fracassado na Fórmula ao fim de 2004. Seus pilotos que irão defender a marca do felino serão o irlandês Adam Carroll e seu companheiro é o neozelandês Mitch Evans que atualmente também compete pela GP2 na equipe Campos Racing.
Outra boa novidade para Fórmula E é a entrada da montadora alemã BMW que firmou uma parceria com a equipe norte-americana do ex-piloto e dono da escuderia, Michael Andretti cujo leva o seu sobrenome. O objetivo entre a fabricante e a equipe visa fortalecer em desempenho nas pistas e poder aplicar desenvolvimento tecnologico no futuro em seus carros de rua. A montadora pretende ter uma escuderia própria, mas antes com o aval de uma outra equipe possa garantir o máximo de conhecimento prático nas pistas. Os dois pilotos que irão competir pela Andretti são o português Antônio Félix da Costa que compete também com o apoio da montadora germânica no DTM, e o holandês Robin Frijns que teve passagem na GP2 e foi piloto de testes na F-1.
A Audi visa vencer na categoria
A concorrente direta da compatriota BMW em termos de motores após sua confirmação na categoria nesta temporada trata-se da Audi do grupo Volkswagen que já compete em parceria com a equipe ABT de propriedade de Hans-Jurgen Abt. O time que nas duas primeiras edições apresentou bons desempenhos com vitórias e quase sagrou-se campeão na temporada passada com o brasileiro Lucas Di Grassi que compete pela montadora no WEC- Mundial de Endurance. O companheiro de time é o alemão Daniel Abt que é filho de Hans. A equipe pretende e tem como meta garantir lutar pelo título de construtores e pilotos contando com maior aval e empenho da montadora alemã com o símbolo das quatro argolas nos seus carros de rua.
A Renault e a soberania na categoria
A montadora francesa Renault que voltou a ser equipe de fábrica na Fórmula 1 neste ano, já detêm como a grande força dentre as equipes que compõem a categoria dos carros elétricos. A parceria com a equipe de mesmo país E-Dams garantiu nestas duas primeiras temporadas muitas vitórias e títulos, tanto no mundial de construtores como em pilotos. O atual campeão, o suíço Sebastian Buemi busca lutar pelo bicampeonato. Seu companheiro é o francês Nicolas Prost, filho do tetracampeão de F-1, Alain Prost que é parceiro desta empreitada e um dos chefes de equipe. Com participação mais eficaz e sólida, demonstrou aos concorrentes que é de fato a escuderia a ser batida diante do potencial da montadora gaulesa e do trabalho apresentado ao longo dos dois anos competindo pela categoria de carros elétricos. A Renault além de poder dar suporte para E-Dams, outra equipe vai contar com o apoio da montadora. A chinesa Techeetah após adquirir o espólio da Aguri, que encerrou suas atividades na temporada passada vai estrear na F-E. A equipe fechou um acordo de cooperação técnica com a montadora francesa para o uso do trem de força e podendo até garantir bons resultados ao longo do campeonato.
A Virgin e a parceria com o Grupo Peugeot-Citroën
A equipe Virgin cujo o proprietário é o famoso empresário britânico Richard Branson terá nesta temporada a parceria no desenvolvimento tecnológico do grupo francês Peugeot-Citroën com nova caixa de marchas, motor e demais componentes visando aumentar a eficiência de seus carros durante as provas e garantir absorver o máximo de infraestrutura. Outro ponto importante do time foi a contratação do estreante piloto argentino, José Maria ‘Pechito’ Lopez atual tricampeão do Mundial de carros de Turismo (WTCC) pela própria Citroën. O companheiro de Lopez será o inglês Sam Bird que vai para sua terceira temporada seguida.
Marcas chinesas querem se consolidar na Fórmula E
Com o advento das montadoras com grandes orçamentos e as potências da economia mundial, a categoria terá no grid com o aval de companhias chinesas que irão desenvolver projetos nos carros elétricos de rua. No campeonato, a equipe Nextev está envolvida com a antiga equipe China do brasileiro Nelsinho Piquet e do inglês Oliver Turvey. Já a escuderia Techeetah que é chinesa irá disputar o campeonato contando com um competidor do próprio país, trata-se de Ma Qing Hua que teve passagem como piloto de testes na Fórmula 1 em 2012 e seu companheiro de time será o francês Jean-Éric Vergne que ocupa atualmente o cargo de reserva na Ferrari.
A participação brasileira na Fórmula E
As duas primeiras temporadas tivemos três representantes brasileiros na categoria, com Nelsinho Piquet conquistando o título logo no ano de estreia e Lucas Di Grassi que por pouco não garantiu manter a hegemonia brasileira na categoria quando perdeu o campeonato que foi bem equilibrado para Sebastian Buemi, caso não tivesse sido desclassificado na etapa do México teria total condição de poder ter faturado o título. Bruno Senna que correu pela equipe indiana Mahindra Racing não vai disputar o campeonato. Ele acabou substituído pelo jovem piloto sueco Felix Rosenqvist que foi campeão da F-3 Européia no ano passado e está atualmente competindo pela DTM. O panorama antes da primeira etapa é poder esperar boas atuações dos dois pilotos do Brasil ao longo do campeonato onde serão realizados novos circuitos, como na estreia em Hong Kong, Marrocos que volta a sediar provas de automobilismo, Monte Carlo que terá o mesmo traçado da prova de F-1. Além das etapas da Bélgica e as duas últimas corridas que serão realizadas em rodada dupla na cidade de Nova Iorque e Montreal.