Enquanto pilotos e equipes se preparam para a terceira etapa da 7ª temporada da Fórmula E, que teve início no fim de fevereiro com a rodada dupla em Diriyah, na Arabia Saudita, nos bastidores da categoria de carros elétricos é quase inevitável não se falar no Gen 3.
O Gen3 será introduzido apenas na temporada 2022-23 da Fórmula E, ou seja, a nona temporada. Mas a expectativa é alta em torno de um carro que promete elevar ainda mais a velocidade e a autonomia das baterias.
Se por um lado já existem montadoras que deixarão a Fórmula E logo após o término da 7ª temporada justamente para não se comprometerem com a Era Gen3, já temos times prontos para a nova fase dos monopostos elétricos, como Mahindra, DS Techeetah e Jaguar. A Nissan também deve se comprometer nos próximos dias, e a McLaren já assinou uma carta de interesse.
QUANDO VEREMOS O GEN3?
Por enquanto ainda não há uma previsão para a Fórmula E revelar o design do novo carro. O Diretor dos Circuitos de Campeonatos da FIA Frederic Bertrand, revelou ao site britânico The Race que acredita que não será visto por tão cedo uma imagem do novo monoposto, por conta de duas razões.
A primeira delas é o fato de que o design do carro ainda não está pronto. Uma equipe formada pela Fórmula E e a FIA apenas para isso deve dar início ao desenvolvimento do design do Gen3 ainda este mês.
Outro fator levado em consideração é a questão de evitar confundir os fãs, já que o Gen3 será apenas para a nona temporada, e apresentá-lo antes da oitava temporada pode gerar uma confusão entre os fãs. Para Bertrand, o momento ideal para apresentar o novo carro é após o início do 8º campeonato de carros elétricos.
“Eu diria que até o meio da oitava temporada [2021/22], esse seria o ideal. Mas eu sou bastante realista de que pode ser difícil manter isso [segredo] até lá”, comentou Bertrand em entrevista ao The Race.
RÁPIDOS COMO UM F1?
Em entrevista recente ao site espanhol Marca, o fundador da Fórmula E Alejandro Agag comentou sobre o Gen 3, e cravou: “eles vão ser um ponto de inflexão”, ou seja, um ponto de mudança para a categoria de carros elétricos.
“Já vi o carro, é totalmente disruptivo, futurista, espetacular e com um nível de performance que é um salto sideral. E era o que procurávamos: uma primeira geração que funcionasse, uma segunda geração que aumentasse a autonomia para passar de dois carros para um carro, e agora a geração 3 vai oferecer benefícios muito maiores.”
“Haverá muito mais regeneração, menos peso no carro, que ficará mais estilizado, uma bateria que pesa menos com a mesma energia … portanto é um salto espetacular na tecnologia”, completou Agag, entusiasmado com o Gen3.
É claro que com toda a empolgação de Agag com o Gen3, lhe foi perguntado se o novo carro elétrico poderá ser comparado aos carros de F1, e ele não fugiu da pergunta:
“Esse é o objetivo. Ainda não os testamos, mas a ideia é que a aceleração seja maior que a de um Fórmula 1. Os carros elétricos dão essa possibilidade. Seria interessante colocá-los um ao lado do outro e ver como eles aceleram.”
Agag até imagina um fim de semana compartilhado entre as duas categorias em um mesmo circuito no futuro: “Isso poderia ser feito. Você poderia vê-los competindo entre si, mas é claro, eu gostaria de poder usar o orçamento de uma Fórmula 1 para uma Fórmula E. Dê-me 50 milhões e eu construirei para você um carro de Fórmula E que aguenta até um F1 perfeitamente, mas é claro, o nosso custa um milhão; uma equipe FE gira em torno de 15 milhões por ano, quando o menor orçamento da F1 é dez vezes maior.”
O que se tem de concreto mesmo sobre o Gen3 é que o regulamento técnico do carro deve ser divulgado completamente até o final de março. Outra certeza sobre o monoposto é que as baterias voltarão a ser de responsabilidade da Williams Advanced Engineering, empresa de tecnologia da equipe de F1 que era a responsável pelas baterias do Gen1.
Os pneus também já estão definidos: presente na Fórmula E desde o primeiro ano, a Michelin deixará a categoria ao final da oitava temporada, e a sul coreana Hankook assumirá o lugar.