A Fórmula E corre neste fim de semana no Circuito Ricardo Tormo em Valência, um cenário completamente diferente do circuito de rua de Roma, onde a série competiu há duas semanas. E os pilotos explicaram as principais diferenças entre os dois desafios.
Em Roma a corrida aconteceu em um circuito com 100% do DNA clássico da categoria, por estar localizado no coração da cidade, enquanto a pista de Valência é um circuito permanente, que não é o que se costuma utilizar na série de monopostos 100% elétricos.
“É mais fácil dizer quais coisas são iguais, que são menos, a lista de coisas iguais é menor. Muda tudo. Aqui é um autódromo, super plano, para motos, com meio-fio plano também. Tem muros, mas ainda é um circuito, e Roma é o oposto. Um circuito de rua, estreito, com muros em todos os lugares, não há curva que não tenha muros, então é o mais diferente possível”, comentou nesta sexta-feira o brasileiro Sérgio Sette Câmara, piloto da equipe Dragon Penske Autosport.
Vencedor da segunda corrida em Roma, Stoffel Vandoorne (Mercedes Benz EQ) afirmou que Valência será um grande desafio para pilotos e equipes em termos de gestão de energia, e prevê que isso vai gerar muita ação no final de cada uma das duas etapas deste fim de semana.
“O circuito aqui em Valência é muito, muito diferente em relação ao que tivemos em Roma. Testamos aqui na pré-temporada, por isso não é completamente desconhecido para todos, mas acredito que as corridas serão interessantes aqui”.
“É um dos circuitos mais difíceis em termos de energia, por isso a gestão vai ser um desafio para todos. Acho que todos vão estar muito apertados, tentando otimizar as suas estratégias energéticas, e creio que as últimas voltas da corrida vão ser muito divertidas”, completou Vandoorne.
“Vamos ver muitas ultrapassagens porque é uma pista larga, é fácil ultrapassar, e qualquer vantagem de energia no final da corrida fará uma grande diferença”, concluiu o piloto belga.
Para Lucas di Grassi, a diferença neste fim de semana será feita mais pelos carros do que pelos pilotos, ao contrário do que aconteceu em Roma.
“Essa pista aqui é totalmente diferente. Não é que eu goste mais ou goste menos, é uma pista que não é tão difícil, nivela os pilotos um pouco mais por baixo”, disse o brasileiro.
“Roma obviamente é uma das pistas mais difíceis, talvez a mais difícil do campeonato. Então é outro tipo de abordagem. Aqui o carro faz mais diferença, a eficiência do carro na corrida vai fazer mais diferença do que o piloto. Em Roma talvez o piloto faça mais diferença do que o carro.”
Líder do campeonato, Sam Bird destacou a importância de poder competir e correr no contexto mundial de hoje, mas ressalta que Valência normalmente não estaria no calendário da Fórmula E.
“Normalmente nunca viríamos aqui para Valência para mostrar a mobilidade elétrica numa pista que fica longe do centro da cidade. O objetivo da Fórmula E é levar corridas para o coração das cidades”, comentou o piloto da Jaguar Racing.
“Neste momento isso é muito difícil em alguns lugares, então estamos aqui. A FIA fez um bom trabalho ao criar um circuito diferente para nós corrermos. Certamente tem novos desafios, curvas diferentes e estou ansioso pela corrida de amanhã.”