Expirou no último dia 31 de março o primeiro prazo concedido pela Fórmula E e a FIA para as atuais equipes da categoria confirmarem seu comprometimento com o Gen3, a terceira geração de monopostos elétricos que serão utilizados a partir da nona temporada (2022-23).
Até o momento, quatro montadoras se comprometeram: Mahindra, DS (parceira técnica da Techeetah), Nissan e Porsche. Em contrapartida, Audi e BMW devem deixar a Fórmula E já ao final da 7ª temporada.
Este primeiro prazo não era definitivo, obviamente. Haverá um novo prazo, já que ainda estão sendo discutidos diversos pontos sobre o que está sendo chamado de “Era Gen3”.
A Mercedes é a principal interessada na resolução dessas questões. A montadora alemã que atualmente disputa seu segundo ano como equipe de fábrica (além de ter feito um ano como equipe satélite) sempre deixa claro que está disposta a seguir na categoria, mas para isso precisa ter a certeza que os valores gastos com o desenvolvimento dos monopostos elétricos não seja tão elevado, e para isso, é totalmente a favor da implementação de um teto orçamentário.
Se por um lado, a Mercedes tem cada vez mais aliados dentro da categoria no que diz respeito a implementação do teto orçamentário e essa medida deve ser aprovada, outras questões no que diz respeito a estrutura e regulamento da competição ainda seguem indefinidos. O objetivo é ter todo o cenário definido e bem claro antes de firmar qualquer decisão a respeito.
“Enquanto as discussões relativas a tópicos chaves como a implementação do teto orçamentário têm sido muito positivas, ainda há detalhes importantes sobre a estrutura do campeonato que precisam ficar um pouco mais claros. Por esse motivo, tomamos a decisão de atrasar nosso registro para permitir que esses pontos sejam finalizados”, diz um comunicado entregue pela Mercedes ao site Motorsport.
Curiosamente, quem também pactua desse tipo de pensamento em relação ao compromisso com a Era Gen3 é a McLaren, que entregou a Fórmula E uma carta de interesse em ingressar na competição a partir da nona temporada. Por enquanto, a equipe de Woking apenas observa, esperando uma definição sobre o possível teto orçamentário para sacramentar a sua entrada na categoria.
Já as situações de NIO, Dragon e Jaguar são um pouco diferentes. Internamente, as três equipes já trabalham pensando em uma permanência na categoria para a Era Gen3, e estão apenas acertando alguns detalhes para anunciar o compromisso.
A Dragon Penske já tem um acordo com a Bosch para o desenvolvimento do powertrain. Já a NIO anunciou recentemente uma aliança com o Grupo Gusto, com a promessa de levar a tecnologia elétrica desenvolvida na Fórmula E para o automobilismo chinês. Quanto a Jaguar, a montadora inglesa está apenas aguardando algumas definições internas para fazer o anuncio oficial.
A única grande incógnita na categoria neste momento é o futuro da Andretti. A equipe que está na categoria desde o início ficará sem o seu parceiro técnico ao final desta temporada, a BMW, e por enquanto, não há noticias de negociações com qualquer outra montadora.
Tentando evitar que o que ocorreu durante a fase Gen2 ocorra na Era Gen3, a Fórmula E e a FIA criaram uma nova cláusula: se um fabricante optar em deixar a Fórmula E antes do encerramento do ciclo do Gen3, terá que continuar a pagar a taxa de inscrição e homologação dos anos restantes de ciclo, que tem o valor de € 300.000 por temporada. O montante terá que ser pago de uma só vez em um prazo de até 60 dias a partir da data de saída da montadora.