Sette Câmara diz que os carros da Gen3 da FE agora “parecem carros de corrida de verdade”

Em setembro, foi anunciado que Sergio Sette Câmara correrá pela NIO na FE a partir de 2023. Além disso, o piloto natural de Belo Horizonte já testou os novos carros da categoria elétrica, que farão parte da chamada ‘Gen3’. Ele contou sobre as diferenças entre as equipes, entre os carros da antiga e nova geração e ainda falou sobre a mentalidade e foco para o próximo ano.

Em entrevista exclusiva ao F1Mania.net, Sette Câmara, revelou as diferenças entre a nova equipe NIO, e a Dragon, equipe para qual competia até este ano. “Eu tinha uma relação excelente na Dragon, um ambiente de família, de amigos e eu gosto disso. Eu entendo que é difícil de ter esse ambiente cada vez que a equipe cresce, e em equipes maiores é mais complicado ter este tipo de ambiente.

“Em uma equipe mais enxuta você consegue ter aquela sensação de estar trabalhando com um grupo de amigos, bem próximos, uma família. A NIO é maior que a Dragon, a Dragon veio diminuindo de tamanho desde o ano que eu entrei, em 2020, até agora. A equipe tinha mais ou menos seis engenheiros, era uma equipe pequena, no total deviam ter 16 pessoas trabalhando. A NIO é mais do que o dobro disso, em torno de 35 funcionários.

“A gente continua sendo uma das menores equipes do campeonato, mas está muito mais aparelhada em relação às outras, mas continua tendo um sentimento de família. Acho que isso é positivo, porque ela é grande o suficiente para ter os recursos que ela precisa, mas não tão grande que se torne algo burocrático, pouco eficiente.”

Quando questionado sobre se estar em uma nova equipe mudaria seu foco e mentalidade, o piloto de 24 anos respondeu: “Muda! Eu tenho que estar com a cabeça aberta, mudar de equipe sempre é uma coisa muito desafiadora. Mudar de equipe dentro de um mesmo campeonato é muito mais desafiador do que algumas pessoas imaginam.

“Quando você muda de campeonato, você já vai completamente aberto, com baixas expectativas e vendo se vai se adaptar ao carro. Quando você muda de equipe dentro de um mesmo campeonato é perigoso porque sua expectativa continua alta, mas na verdade ela não deveria estar.

“Você tem que passar por um grande processo de readaptação. Vou me certificar que isso não aconteça. Vou ter que aprender a trabalhar com essas pessoas, alguns pilotos vão continuar em equipes que já estavam trabalhando, o que é uma vantagem. Vou tentar fazer com que essa vantagem diminua. Vou começar o ano tranquilo, buscando otimizar resultados.

“Estarei mirando para que no meio do ano eu já esteja em sintonia com a equipe, não adianta querer o resultado imediatamente e acabar me frustrando mais do que qualquer outra coisa.”

Por fim, Sergio contou um pouco de quais são as maiores diferenças entre os carros atuais, da Gen2, e os carros da Gen3, que passarão a ser usados em 2023. “A maior diferença foi a potência. Aumentou de 250 kW para 350 kW, é absurda a diferença nas retas. Agora está parecendo um carro de corrida de verdade. O resto ficou até parecido, para ser sincero. Os pneus são um pouco maiores, então por ter mais área de contato com o chão a aderência também aumentou.

“A única diferença que não é sensível ao piloto, é que agora temos uma unidade de potência na frente, que por enquanto serve apenas para regenerar energia, mas a ideia é que futuramente terá potencial para desbloquear mais energia e potência.”