O esporte a motor sofreu com a pandemia de COVID-19 em 2020, e pelo menos neste início de 2021 o cenário não é muito diferente. É até possível afirmar que entre as principais categorias, a Fórmula E foi a que mais sofreu os impactos, com o cancelamento de mais da metade de seu calendário da temporada passada, e segue na luta para formar um calendário para este ano.
Foi este o cenário encontrado por Jamie Reigle ao substituir o fundador e ex-CEO da Fórmula E Alejandro Agag, na função de homem forte da categoria de carros elétricos. Canadense, ele era vice-presidente executivo de operações do Los Angeles Rams, uma das 32 franquias da NFL, e chegou com a missão de fazer uma transição tranquila do Gen2 para o Gen3.
Porém a COVID-19 deu as caras e alterou o cenário. Desde a paralisação por conta da pandemia no início de março do ano passado, que a Fórmula E só conseguiu realizar seis provas, durante os nove dias da bolha que foi criada no Aeroporto de Tempelhof para definir a sexta temporada. O objetivo de abrir o campeonato seguinte em janeiro de 2021 em Santiago, foi prorrogado para fevereiro em Diriyah na Arabia Saudita.
Apesar das dificuldades, Reigle faz questão de deixar claro que não existe pânico, e que na verdade se trata de um momento desafiante. Em um podcast gravado pela ABB no final do ano passado, o novo CEO da Fórmula E comentou sobre este momento:
“Houve um momento de … pânico talvez seja a palavra errada, prefiro dizer que foi um momento de enorme desafio. Diria que uma das coisas que são realmente distintas na Fórmula E nesta função em particular, é o grande número de partes interessadas no que acontece com a competição”, explicou Reigle durante o podcast.
“Temos uma responsabilidade com as cidades-sede em que competimos; temos uma responsabilidade com nossos fãs; temos uma responsabilidade com nosso staff; temos uma responsabilidade com os nossos fabricantes de automóveis; responsabilidade com nossos patrocinadores e parceiros como a ABB.”
A Fórmula E foi a primeira categoria a cancelar oficialmente uma prova por causa do COVID-19: logo no início de fevereiro do ano passado, foi anunciado o cancelamento do eprix de Sanya, e poucos dias depois, a etapa de Roma também foi cancelada. No mês seguinte, veio a paralisação de 158 dias até as seis provas em Berlim.
“Acho que no caso dessa pandemia, estávamos lidando com ela desde muito cedo, então adiamos nossa corrida em Sanya, tomamos essa decisão no início de fevereiro. Quando chegamos em Marrakesh no final de fevereiro de 2020, sabíamos que nossa próxima corrida em Roma seria cancelada.”
“Sentíamos que provavelmente seria algo que passaria em alguns meses e logo estaríamos de volta às corridas no final da primavera. Mas não foi o que aconteceu.”
“É realmente notável quando você pensa na jornada que todos nós percorremos no ano passado e, francamente, ainda não temos um caminho claro, apesar do otimismo que estamos começando a ver com as vacinas e como tudo está sendo cuidado referente a pandemia”, finalizou Reigle.
A sétima temporada da Fórmula E terá início com uma rodada dupla noturna em Diriyah, na Arabia Saudita, nos dias 26 e 27 de fevereiro. Por enquanto, são as únicas duas provas confirmadas do calendário, que deve ser atualizado nos próximos dias.