Assim como foi na temporada passada, a Fórmula E segue sofrendo para montar seu calendário para o próximo campeonato por conta da pandemia de COVID-19. No início da última semana, a categoria de carros elétricos anunciou a rodada dupla inaugural em Diriyah nos dias 26 e 27 de fevereiro, mas não há nenhuma outra etapa confirmada além dessas duas.
A expectativa é que a categoria deve anunciar nos próximos dias o restante de seu calendário para a 7ª temporada, a primeira na qual a Fórmula E terá a chancela de campeonato mundial pela FIA. Mas os desafios para isso serão enormes, devido ao crescimento no número de casos de COVID 19 por toda a Europa, em especial no Reino Unido.
Em entrevista recente ao site britânico The Race, o vice presidente da Fórmula E e co-fundador Alberto Longo confirmou que a categoria já trabalha com a hipótese do circuito Ricardo Tormo, em Valência na Espanha, substituir os eprix de Paris e Roma, que estavam programados originalmente para receberem a categoria em abril deste ano.
“Ainda estamos muito focados em correr no centro das cidades, mas como plano B e levando em consideração a situação em que estamos no momento, Valência sempre foi um lugar incrível para nós”, declarou Longo.
“Definitivamente, é uma opção muito clara para nós e, se for para acontecer, será comunicada em duas ou três semanas”, completou o dirigente espanhol.
O circuito Ricardo Tormo recebeu nos últimos anos os testes de pré temporada da Fórmula E, inclusive o que foi realizado para a sétima temporada, e até mesmo foi cogitado como um dos possíveis cenários para o encerramento da temporada passada, a qual foi concluída com seis provas em nove dias no Aeroporto de Tempelhof, em Berlim na Alemanha.
Porém, não é só o circuito espanhol que faz parte do plano B da categoria de carros elétricos. Como existe a dificuldade de correr nos grandes centros não só da Europa, mas de outros países ao redor do mundo por conta das restrições em relação as viagens, outros circuitos europeus estão sendo cotados como possíveis locais para a sétima temporada.
Levando em conta a logística, Donington Park por exemplo começa a ser visto como uma boa opção para receber os carros elétricos em 2021. Os testes inaugurais da Fórmula E foram realizados no circuito inglês, e o local foi cogitado para voltar a receber os testes de pré temporada da categoria a partir deste ano.
Outro circuito cogitado é o de Portimão, que no ano passado também era visto com bons olhos pela Fórmula E e recebeu provas da MotoGP e da Fórmula 1, algo que deve se repetir neste ano. A facilidade em termos de logística é o que coloca o circuito português no horizonte da categoria, e surge como boa opção em caso de cancelamento de etapas fora do continente europeu, como Sanya e Seul.
Em contrapartida, cenários como Berlim e Londres devem permanecer no calendário, já que estavam previstas para junho e julho, respectivamente. Também favorece a esses dois circuitos a questão de serem realizados em locais que permitem a criação de uma “bolha” pela Fórmula E, além da facilidade em termos de logística, que aparentemente é a prioridade da categoria para não correr grandes riscos nesta temporada.
Por conta disso, a Fórmula E se vê diante de um cenário que evitou desde sua criação: focar em autódromos e deixar os grandes centros. Vale lembrar que um dos motivos pelo qual a Fórmula E prioriza correr pelas ruas de cidades como Paris e Roma, é para promover a mobilidade elétrica nesses locais. Isso significaria para a categoria, uma perda de identidade, justamente em um momento significativo para sua existência, que é o fato de finalmente ter se tornado um campeonato mundial.
2021 parece incerto a principio para quem era vista como a categoria do futuro. Mas a Fórmula E já tem planos para sobreviver a este desafio e se consolidar de vez.