Fala, galera do F1Mania! Falta um pouco mais de um mês para a próxima etapa da USF2000, então vim contar para vocês o que estou fazendo neste intervalo, o teste em New Jersey no começo de julho e o que passa na cabeça de um piloto enquanto líder do campeonato.
Bom, começando pela pista de New Jersey, em 2020 acabei contraindo o covid-19 e não participei da etapa da USF2000 neste circuito. Apesar disso, testei nesta pista no ano passado e conseguimos um bom acerto do carro e conseguimos evoluir ao longo do teste.
Em 2021, no começo de julho, voltei a testar o carro em New Jersey e posso adiantar que foi um teste positivo. Na etapa deste circuito, a USF2000 não acompanhará a Fórmula Indy e isso implica em certas mudanças para a categoria. Por exemplo, em termos de emborrachamento da pista, a borracha que os pneus da Indy deixam no circuito muda completamente o acerto do carro da USF2000, então entender a transição da aderência da pista ao longo do final de semana é algo complexo.
Além disso, a pressão dos pneus é outro ponto relevante para a USF2000, porque o pneu é duro e dependendo do tipo de asfalto muda muito o estilo do carro. Contudo, como não teremos a companhia da Fórmula Indy em New Jersey, tanto a questão do emborrachamento, quanto a calibragem não vão ser tão difíceis de lidar. Conseguimos ter uma noção desses dois pontos com o teste que realizei no começo de julho.
Agora, estou de volta ao Brasil, porém isso não significa descanso. Pelo contrário, estou treinando bastante a parte física, o que é essencial para a vida de qualquer atleta, e usando muito o simulador. O iRacing, na verdade, era inicialmente só para ajudar na vida real, mas hoje em dia é meu segundo esporte e, inclusive, faço parte da equipe P1 Speed.
E, por fim, vou falar um pouquinho o que se passa em minha mente como líder do campeonato. Estar nesta posição exige um comprometimento, assim como levar as circunstâncias com outros olhares, por exemplo, ao invés de disputar uma curva lado a lado logo no começo, é melhor deixar para ultrapassar ao longo da prova. Assim, em termos de decisões, há certas mudanças em minha postura.
Porém, existe um contraponto que pouca gente fala, o que me fez líder foi o fato de eu ser eu o tempo inteiro. Então, ser agressivo e atacar no momento que eu achava que devia atacar foram o que me fez conquistar corridas, pódios e conseguir a pontuação suficiente para ser líder. Agora, não posso mudar totalmente meu estilo, porque pode me custar caro também. Trata-se de uma questão de saber equilibrar uma postura consciente, mas ainda agressiva.
Antes de finalizar, gostaria de agradecer o carinho e apoio que venho recebendo dos meus familiares, amigos, fãs e do Banco Daycoval, meu patrocinador. Isso tudo significa muito para mim, especialmente nesta reta final.
Volto a acelerar no final de agosto e vamos com tudo!
O “Pela Viseira” é uma série do F1Mania.net em que um time de oito pilotos (Enzo Fittipaldi, Pietro Fittipaldi, Felipe Drugovich, Cacá Bueno, Bruna Tomaselli, Felipe Giaffone, Nelsinho Piquet e Caio Collet) conta de terça, quarta e quinta-feira a sua visão das pistas, vida e carreira.