Por Vinícius Alves
Após as 500 Milhas de Indianápolis realizada neste último domingo, vencida pelo japonês Takuma Sato, não podemos deixar de lado, uma figura que brilhou e ofuscou até mesmo os veteranos e grandes favoritos para a prova, Fernando Alonso.
Quando foi anunciada a estratégia de marketing da McLaren se juntar à Andretti para participar do evento, todos foram pegos de surpresa, inclusive a mim, que a princípio, desconfiei que fazer o espanhol abandonar o ilustríssimo GP de Mônaco na Fórmula 1, para disputar a etapa da categoria americana fosse uma boa ideia.
Porém, minha desconfiança começou a diminuir, quando Alonso andou pela primeira vez com o carro 29, equipado pelo motor Honda, alvo de grandes críticas do espanhol na McLaren. O primeiro contato de Alonso com o oval de Indianápolis foi transmitido ao vivo via Youtube, para mais de 50 mil pessoas.
Mesmo já gostando da ideia de ver Alonso disputando a Indy, nem nos meus melhores sonhos, eu poderia imaginar que o bicampeão mundial de Fórmula 1 iria se classificar na segunda fila, iria liderar prova e iria também brigar de igual para igual pela vitória.
Alonso foi bravo, foi grande, foi aquele velho piloto que todos nós, amantes de automobilismo conhecemos, que estava adormecido, ou apenas limitado pelo fraco carro que a McLaren vem fazendo, desde o recomeço da sua parceria com a Honda.
O espanhol liderou 27 das 200 voltas e passou de um simples coadjuvante, para uma das personagens mais importantes do enredo da corrida. Por um momento, todos acreditavam que ele poderia vencer, ficou entre os primeiros o tempo todo, parecia que a sua estrela iria brilhar novamente.
Como brilhantemente definiu o jornalista Renan do Couto, da ESPN, havia duas histórias perfeitas para a Indy 500 do Alonso: a vitória, ou a quebra do seu motor.
E infelizmente, para a nossa decepção, foi o motor Honda que o traiu mais uma vez e a 22 voltas do fim, ele abandonava a corrida. Talvez fora uma oportunidade para o espanhol sair ovacionado do carro, mais de 200 mil pessoas presentes no circuito o aplaudiram. Talvez essa vitória não teria sido dele, caso não quebrasse e os deuses do automobilismo fizeram que ele ganhasse um certo consolo em não vencer, o carinho do público.
Tenho certeza que neste momento, o piloto de 35 anos vai voltar renovado para a Fórmula 1. Com certeza, a luta dele, na McLaren é brigar para conseguir pontos, mas sabemos que não perdeu a sua essência, e mostrou que ainda tem o seu valor, que ainda pode ser competitivo, que ainda pode ser campeão.
Fernando Alonso não perdeu a oportunidade de escrever seu nome na história das 500 Milhas. Tenho certeza, que isso ainda vai acontecer e não deve demorar.