Expoente brasileiro na motovelocidade, Eric Granado analisa o cenário da modalidade no Brasil

Nos últimos anos, poucos nomes brasileiros vêm se destacando no cenário internacional do esporte a motor. Um desses casos de sucesso, atualmente, Eric Granado é o principal expoente da motovelocidade nacional.

Tetracampeão do SuperBike Brasil e vencedor do campeonato Europeu de Moto2, Granado vem inspirando pilotos da modalidade e ampliando a popularidade do motociclismo no Brasil.

Em entrevista para o F1MANIA.NET, Eric Granado trouxe sua percepção sobre o mercado brasileiro de motovelocidade e opinou sobre iniciativas que poderiam alavancar a popularidade do esporte no Brasil.

” Para expandir a popularidade da motovelocidade no Brasil, eu acho que seria necessário termos uma etapa do mundial aqui no país. Dessa forma, teríamos mais espaço e visibilidade, assim como acontece em outras grandes categorias. Além disso, seria importante fortalecer nossos campeonatos nacionais, para ampliar o incentivo de empresas na modalidade, gerando reformas de pistas e apoio aos competidores”, detalhou Eric Granado, com exclusividade para o F1MANIA.NET.

Com 5 títulos e dois vice-campeonatos, Eric se coloca como o piloto brasileiro com mais troféus no circuito internacional. Além das conquistas no exterior, o competidor também possui 6 títulos nacionais.

Competidor da MotoE, categoria de motocicletas elétricas desde 2019, Granado conquistou um terceiro lugar logo em sua estreia na competição. Somando a esse resultado, em 2022, Granado foi vice-campeão, disputando o título com o suíço Dominique Aegerter.

Através de sua bagagem em competições nacionais e no exterior, Eric descreveu as distinções encontradas em pistas do Brasil e no cenário internacional.

” A motovelocidade brasileira evoluiu bastante nos últimos anos. Ainda estamos muito longe do nível europeu, onde um dos principais fatores para a desvantagem é a estrutura, principalmente no quesito segurança. Apesar disso, é preciso insistir e devemos ir em busca das melhorias necessárias para que a modalidade se desenvolva cada vez mais por aqui”, disse Eric Granado.

Detalhe que chama atenção em sua trajetória, Granado começou sua jornada internacional no Campeonato Europeu da Moto2, competição secundária do Campeonato Mundial de Motovelocidade, ao invés de iniciar na Moto3 como a maioria dos competidores da modalidade.

Apesar da alavancagem, o paulista não obteve bom desempenho, o que resultou em sua ida para a Moto3. Segundo o piloto, o momento foi crucial em seu desenvolvimento como competidor e ser humano, e afirma que o projeto apresentado não foi o esperado.

“A minha ida à Moto2 parecia ser muito promissora. Além disso, aparentemente era o ideal pra mim naquele momento, levando em consideração meu tamanho e peso. Acreditávamos que um acordo de longo prazo na Moto2 seria interessante. Porém, infelizmente, como acontece no esporte, confiamos no projeto errado. Esperávamos ter uma performance e que fizessem um trabalho comigo, que não acabou não sendo realizado”, detalhou Granado.

Em 2024, fazem 20 anos da última passagem da MotoGP no Brasil, quando o brasileiro Alex Barros ainda corria pelo certame. Realizada no Rio de Janeiro, no extinto Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, a etapa teve o japonês Makoto Tamada como vencedor.

Principal piloto brasileiro da motovelocidade, Granado compartilhou sua expectativa sobre o possível retorno da categoria ao país.

“Faz muito tempo da última vinda da MotoGP ao Brasil. Está sendo feito um trabalho forte para trazer a categoria de volta ao país. Existem boatos que em 2026 a categoria venha para o Brasil, para correr no Autódromo de Goiânia, mas ainda não tem nada confirmado. Existe uma grande burocracia para isso dar certo: alto investimento, auxílio político, muitas coisas têm que dar certo. Apesar das dificuldades, torço para que isso aconteça logo”, finalizou Eric Granado.

 



Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.