Carro da temporada será baseado na Ferrari F2004

Por Rodrigo Steigmann

O maior destaque de todos estes meses de pré-temporada da A1GP foi, sem sombra de dúvidas, a mudança de carro. O charmoso conjunto Lola-Zytek finalmente foi aposentado, para a chegada de um nome que dispensa apresentações, a Ferrari.

Este é um ganho incalculável, não apenas para a A1GP mas também para a escuderia de Maranello. Uma categoria que terá na pista 24 monopostos da Ferrari é inédito, e contar com o apoio da marca é fundamental para o salto de qualidade na categoria. Já pelos lados da Ferrari, as grandes vantagens são de explorar países onde a Fórmula 1 não rouba a cena, além de utilizar um laboratório tecnológico, com tantos carros na pista desenvolvendo quilometragem para os estudos e evolução automobilística.

O bólido é baseado em nada menos que na F2004, a Ferrari que no ano de sua inscrição ajudou Michael Schumacher a conquistar seu sétimo e último título na Fórmula 1. As adaptações são, em sua essência, para que a aerodinâmica permita muito mais ultrapassagens do que no modelo original, já que todas as equipes terão o mesmo equipamento.

O motor será um V8 da Ferrari, com mais de 600 cavalos de potência. O que mais impressiona neste dado é saber também que não haverá nenhuma ajuda eletrônica ao piloto, que deverá tocar toda esta potência com a pilotagem em seu mais puro sentido. Como bem disse Emerson Fittipaldi, chefe da equipe Brasil na A1GP, “este será o carro mais difícil de se pilotar no mundo.”

Estima-se que os tempos em pista com este “Powered by Ferrari” sejam mais de dois segundos mais rápidos que os antigos Lola-Zytek, tornando então a A1GP um certame ainda mais veloz quando comparado com outros monopostos.

Uma curiosidade que diferencia o modelo anterior está nos pneus. Em 2004, a Ferrari utilizava compostos da Bridgestone, porém na A1GP a marca utilizada será a Michelin, antiga rival da primeira. Os pneus serão tipo slick, sem ranhuras, em mais uma parceria de desenvolvimento padrão.