Pilotos esperam novo recorde

Quando o piloto Luciano Kubrusly disse, durante o primeiro teste do Clio de competição equipado com o novo motor F4R de dois litros, que o bólido para a temporada 2008 é “um novo carro, muito mais agressivo e divertido”, ele não estava apenas brincando com a retórica. O fato foi constatado na prática por todo o grid da Copa Renault Clio já na etapa de abertura do torneio, dia 20 de abril, em Curitiba, quando os recordes literalmente despencaram. “Este motor marca um novo capítulo da história da Copa Clio. Temos agora um carro que destaca ainda mais a habilidade de cada piloto”, completou Kubrusly.

Para a segunda etapa do campeonato, no dia 11, em Interlagos, os pilotos esperam que outra barreira seja superada. Pela primeira vez desde a estréia da categoria, em 2002, o hatch fabricado pela Renault deve registrar um recorde de volta abaixo da casa dos dois minutos. Como o automobilismo é um esporte que vive da superação de marcas, todos querem sair da prova paulista com o primeiro recorde da nova era registrado em seu nome. A marca em vigor para os 4.309 metros do traçado paulistano pertence a Fábio Carreira, que em 2003 registrou o tempo de 2min01s538.

Fácil, fácil – “Tenho certeza que vamos baixar de dois minutos fácil, fácil”, aposta o piracicabano Rodolfo Pousa, quarto colocado na pontuação e um dos favoritos à vitória em Interlagos. “Aposto que vamos virar tranquilamente perto de 1m59. Mas este recorde pode até cair uns três, ou quem sabe, quatro segundos”, antevê Pousa.

Essa é a mesma opinião de Eduardo Garcia, outro que conhece bem os carros Renault. “Com certeza este recorde vai ser quebrado”, diz ele. “Em Interlagos, vamos sentir maior diferença na agressividade do que sentimos no traçado de Curitiba. Principalmente nas subidas, que são uma característica da pista paulista. Na Subida do Café (que antecede a reta principal), por exemplo, o motor vai acelerar mais até chegar no fim da reta do boxes”, explicou.

O novo motor – A grande novidade técnica da Copa Renault Clio para a temporada 2008 é a utilização do motor F4R de dois litros no lugar do K4M, unidade 1.6 litros que equipou o hatch que é a base da categoria tipo Turismo mais popular do automobilismo brasileiro.

A exemplo do que aconteceu com os motores 1.6 16V, que foram retrabalhados pelos profissionais da Copa Renault Clio e, com isso, atingiram a potência máxima de 130 cv contra os 115 cv (5.750 rpm) de motores normais de produção, os novos propulsores 2.0 16V também são mais potentes.

Na versão original de fábrica, o F4R conta com 138 cv atingidos em 5.500 rpm. Com o retrabalho dos preparadores em alguns componentes mecânicos, eles certamente tiveram um ganho de potência que informalmente está calculado na casa dos 15 cv. O torque teve, segundo comentários iniciais, um incremento acima dos 15% – e é a característica que mais chama a atenção dos pilotos. Os números precisos do motor F4R de corrida somente serão liberados após seu ajuste definitivo aos carros da categoria.